é palestrante, jornalista,
radialista e consultor.
Voluntário como palhaço
hospitalar há 17 anos,
fundador da ONG Canto
Cidadão, consultor associado para o
voluntariado da GIA Consultores para
América Latina e sócio da empresa de
consultoria Comunidea.
Esta é uma modalidade que vem crescendo nos últimos anos, no Brasil e no mundo. As empresas cada vez mais entendem o diferencial de incentivar o trabalho voluntário entre seus colaboradores.
Vamos voltar à palavra destacada, incentivar, que segundo o dicionário significa: “dar incentivo a; despertar o ânimo, o interesse, o brio de; encorajar, estimular, incitar.” Ou ainda “empenhar-se para que (algo) seja criado, realizado ou intensificado; impulsionar, promover.”
Portanto, este é o papel da empresa: promover (gosto desta definição) o voluntariado entre seus colaboradores. Se ela só fizesse isso, eu já estaria muito feliz e acredito que o resultado seria muito positivo. Mas muitas delas resolveram mergulhar um pouco mais, criando seus programas de voluntariado. Outras mergulharam mais ainda e criaram instituições sociais para esta finalidade.
Este mergulho eu acho ótimo, mas “carece” de um olhar aguçado nas características do trabalho desenvolvido, pois, como disse no início de nossa conversa, o papel de estímulo é muito mais interessante do que o de realizador. Na ânsia de fazer e fazer mais e, em alguns casos, em competir com seus pares, promovem ações e programas que nem sempre atendem à necessidade da sociedade e sim a um desejo interno de fazer algo.
As parcerias, no meu modo de ver, são muito mais importantes e estratégicas, visto que as OSCs (Organizações da Sociedade Civil) estão na ponta da linha e conhecem as necessidades da sociedade local. Não é uma crítica às empresas, mas sim uma chamada para a consciência e estratégia do incentivo à cultura do voluntariado. Precisamos muito mais de estímulo do que de oportunidades de fazer, pois elas existem, mas precisam também de estímulos para crescerem e aparecerem.
O voluntariado ainda carece de uma visão renovada, como uma ferramenta de inovação e preparo de pessoas para um mundo cada vez mais diverso e complexo. O voluntariado é a simplicidade dentro da complexidade, a paz na guerra, o salvador na tragédia, o preparador nas dificuldades e o humanizador na tecnologia exacerbada.
