
Pesquisador, Professor e Engenheiro
Aviões voam devido à sustentação do ar (força que empurra para cima) que passa pela estrutura geométrica (aerodinâmica) da asa. O ar que passa por baixo da asa move-se mais devagar (maior pressão) do que o ar que passa por cima (menor pressão) devido à forma geométrica da asa, que mantém essa diferença de pressão em voo.
Quando ocorre a formação de gelo, a geometria aerodinâmica da asa muda. Se a formação de gelo for intensa, o avião pode perder a sustentação em voo, ou seja, ocorre uma mudança de pressão e velocidade que pode fazer a aeronave cair.
Aviões possuem sistemas especiais para remover o gelo das asas, utilizando mecanismos mecânicos ou elétricos. No entanto, como todo sistema, podem ocorrer falhas, e na engenharia, nada está imune a falhas. Se ocorrer uma falha nesse sistema, os pilotos são orientados a baixar a altitude de voo para evitar a continuidade da formação de gelo, permitindo que o avião mantenha a sustentação.
A formação de gelo em voo também pode influenciar na medição da velocidade da aeronave pelo sensor Tubo de Pitot. O gelo no sensor interfere na medida real de velocidade da aeronave, o que também pode levar à perda de sustentação.
Apesar desses riscos, milhões de pessoas no mundo voam todos os dias com segurança. Quando um acidente aeronáutico ocorre, a indústria da aviação melhora significativamente as novas aeronaves, sempre com a preocupação de evitar novos acidentes.