
“Daya, Terapeuta da Alma”
é Psicóloga, idealizadora
do Instituto Daya Shakti,
atua na área de Saúde
Integrativa do município
O mundo tecnológico nos permitiu uma série de facilidades e possibilidades que nossos bisavós, talvez, sequer imaginaram! Hoje, dentro de um universo infinito e vasto cibernético, temos acesso a toda e qualquer informação, podemos realizar pesquisas, leituras, ficar a par das curiosidades e fofocas ilimitadas e para todos os gostos.
Inclusive, podemos “viajar o mundo” pela tela; acompanhar, através do GPS, o trajeto de um filho, por exemplo, realizar o sonho de uma graduação, encontrar amigos de infância, reencontrar o ex, fazer novos amigos, bisbilhotar a vida alheia e até nos relacionarmos afetiva, e pasmem: sexualmente! Inclusive, podemos até atingir o clímax, o gozo, através de encontros online (nem adianta fazer essa cara de hipocrisia, e não venha me dizer que você NUNCA ou JAMAIS!).
Essa é a nossa realidade atual, quer você goste, aceite ou não. Uma realidade que tem as suas vantagens e riscos.
Oras, se o seu encontro online, sexual e picante é com quem você se relaciona e confia, eu considero super saudável; mesmo porque a vida cotidiana é cheia de desencontros e compromissos. Além do mais, nada como variar “as brincadeiras” e estimular a criatividade entre o casal. Pode ser enriquecedor e dar, até, aquele “gás a mais” para a relação que, outrora, se perdia pela monotonia.
Mas, porém, sobretudo, entretanto: até que ponto a internet é um lugar seguro? Até que ponto podemos confiar no outro? Que vazio é esse que preenche a grande maioria que busca, desesperadamente, encontros, conexões, e topa tudo ou quase tudo, pelo prazer imediato? A sensação que eu tenho é que nunca estivemos tão conectados e com tamanha sensação de vazio e solidão.
Paradoxalmente, portanto, assistimos ao adoecimento e ao comprometimento mental, num mundo cibernético e avassalador. Vale ressaltar que o Brasil enfrenta grave crise no que diz respeito à saúde mental. Vide as últimas notícias e pesquisas. O que mudou na maneira de nos relacionarmos e existirmos no mundo, que nos tem causado tanto sofrimento e ansiedade? Precisamos refletir, coletiva e individualmente.
O que eu percebo é que a linha que separa a saúde da não-saúde é muito tênue. Assim como a linha que separa o amor e respeito por si, se desgasta à medida que a sensação de solidão aumenta. Quanto mais sozinho e, portanto, mais vulnerável, mais busca-se o refúgio naquele que não tem rosto e não te vê. Mentiras contadas e trocadas. Vazio que aumenta.
Poxa, somos seres sociais! Só existimos nas relações! Que tal mudar o jeito, o olhar para si e para o outro para que as relações possam ser verdadeiras conexões e encontros potenciais? Freud dizia: “quem não ama, adoece!”.
Eu te desejo todo o amor do mundo! E oro para que nada nesse mundo nos faça desistir do amor. Sabe aquele amor genuíno, romântico, das surpresas e do olho no olho!? É isso!
Aliás, homens cis, trans, mulheres cis, trans, seja lá qual for a sua identificação, identidade de gênero ou opção sexual, quero lhes dar uma dica: estamos cansadas de receber flores virtuais, emojis e coisas do gênero! Queremos flores de verdade! Ouvir o toque da campainha da entrega do buquê de rosas e daquele cartão, escrito à mão.
Com amor e sorte,
Daya.