Hoje tenho um convite para você que não tem tempo ou disposição para se dedicar regularmente a uma atividade, para você não respeita as regras e os valores de uma organização ou de indivíduo que você ajudará ou trabalhando junto, para quem espera receber algum tipo de recompensa financeira ou material pelo seu trabalho, para você que não está disposto a aprender com os outros ou a receber feedback.
Este convite também vale para você que tem preconceitos ou discriminações contra pessoas que estão em situação pior do que a sua, que não sabe trabalhar em equipe ou se comunicar de forma respeitosa e eficaz, que não tem paciência, flexibilidade ou empatia para lidar com situações desafiadoras ou imprevistas.
E ainda para as pessoas que não tem tudo acima citado e não cuida da sua saúde física e mental e se sobrecarrega com o trabalho e não reconhece os seus próprios limites e necessidades pessoais.
Espero de todo coração que você não tenha se visto em nenhuma das situações acima listadas, mas caso se veja em ou outra, o convite está feito, vamos praticar o trabalho voluntário.
O voluntariado é uma forma de expressar os seus valores e de fazer a diferença no mundo, mas também requer comprometimento, responsabilidade e respeito. Antes de se tornar um voluntário, é importante que você reflita sobre os seus motivos, interesses, habilidades e disponibilidade. Assim, você poderá escolher uma oportunidade de voluntariado que seja adequada para você e para quem você se dispor a ajudar.
Este convite é feito a você e a milhares de pessoas, diariamente, sei que às vezes não está tão claro ou visível, mas é necessário abrir os olhos para ver, conseguir enxergar as oportunidades que muitas delas estão aí ao seu lado.
A oportunidade é um bicho peludo na frente e liso pelas costas, portanto quando ela está se aproximando é muito mais fácil de capturá-la.
Pode parecer um pouco contrassenso oferecer estas oportunidades para aqueles que não tem tempo, paciência e outras habilidades já citadas, mas como diria meu avô, de trabalho aquele que já tem bastante, certamente ele irá conseguir colocar em prática, pois o que tem tempo sobrando, pode arrumar desculpas para não o fazer.
Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista, radialista e consultor. Voluntário como palhaço hospitalar há 17 anos,
fundador da ONG Canto Cidadão, consultor associado para o voluntariado da GIA Consultores para América Latina e sócio da empresa de consultoria Comunidea.
