O Filósofo Austríaco LUDWIG WITTGENSTEIN (1889-1951) era oriundo de uma rica família, estudou engenharia antes de se definir para a matemática, tendo estudado em Cambridge na Inglaterra, com o Filósofo Bertrand Russell que foi o seu grande mentor. Isolado em uma cabana, escreveu um livro sobre lógica matemática.
Em plena guerra, na linha de frente russa, pensando sobre os limites da Linguagem e da Filosofia, escreveu “TRACTATUS LOGICOPHILOSOPHICUS”, possivelmente a sua obra mais importante, na qual tentava estabelecer os limites da Filosofia e da Linguagem, tornando-se assim muito importante para a Filosofia Analítica, o que o consagrou como uma das personalidades mais importantes do pensamento no século XX.
Suas pesquisas foram publicadas depois da sua morte, centradas sempre na questão da Linguagem e da sua compreensão.
WITTGENSTEIN tornou muito clara a ideia de que a Cultura não está nos limites de um país, e que ela represente essencialmente o uso de uma linguagem com suas particularidades, e, cada grupo de pessoas tem uma Cultura diferente e usa uma linguagem própria.
O que isso significa? Tal fato nos conduz à noção de que se integrar a um grupo torna-se imperioso aprender a linguagem específica que ele emprega, de maneira especial, em palavras e gestos. Os limites do mundo, para o filósofo, são os limites de sua expressão linguística. Em toda sua obra ele insiste em pensar o mundo, não como mero agregado de coisas, muitas vezes sem nexo, sendo necessário, imprescindível, considerar a interação entre as pessoas.
Nos tempos atuais, apreciamos grandes diferenças culturais, que, às vezes nos deixam confusos, inquietos, e até inseguros, sem saber qual conduta tomar. E, WITTGENSTEIN nos traz alívio, insistindo com veemência que as Culturas são perfeitamente compatíveis e passíveis de integração. No seu livro “INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS” o pensador faz essas ligação entre Cultura e Linguagem, e, se, por acaso não conseguimos achar sentido em determinada Cultura, é porque ainda não chegamos a compreender as palavras e ações das pessoas que estão inclusas naquele contexto cultural.
Para ele o que diferencia as Culturas não são costumes, mas, sobretudo a Linguagem, seja falada ou gestual que evolui em função de uma História. Cultura, ele afirmava, não lembra um país geograficamente delimitado, mas, “uma forma de vida”, que é uma organização humana com um desenho específico, que responde a códigos diversos. Dessa maneira, vamos entender que família é “uma forma de vida”, e, que o grande desafio da nossa existência é reaprender a Linguagem o tempo todo com vistas à integração. Ela, portanto, está representada na forma de vida, uma vez que se a mesma muda, os códigos linguísticos mudam também. Portanto, torna-se imperioso compreender o contexto e as conexões estabelecidas entre as pessoas, aceitar o outro como ele é, como ele se expressa. Dessa maneira, constrói-se o edificante caminho com vistas à integração dos seres humanos. Jamais podemos olvidar uma grande lição desse Filósofo: a representação lógica dos fatos é o pensamento, em consonância com o princípio da identidade e da não contradição e, que a Filosofia não é um conjunto de saberes para serem utilizados pelas ciências naturais, mas uma atividade útil para corrigir a Linguagem, e, portanto, o pensamento.