
Quando saltas a fogueira,
todos te espiam, surpresos!
Até as brasas, faceira,
parecem olhos acesos…
Não sejas tão estouvada,
menina linda e travessa,
pois tua saia rodada
me faz rodar a cabeça…
Cuidado, menina louca!
Não pules tanto a fogueira,
senão acabas na boca
dessa gente faladeira…
Que fogo bom não faria,
a dar luz a noite inteira,
se tu jogasse, Maria,
os teus olhos na fogueira.
Eu soltei, num Santo Antonio
o balão dos sonhos meus.
Se o não rasgar o demônio,
pPousará na mão de Deus…
Orlando Brito, Tribuna do Norte, 21 de junho de 1970