
Tosse, coriza e dor de garganta, basta as primeiras ondas de frio chegarem para esses e outros sintomas estarem presentes em nossa rotina. Todos os anos, com a aproximação do inverno, começamos a nos preocupar com o aumento da incidência de complicações respiratórias que, por desconhecimento, popularmente chamamos de gripe. Mas existem diferenças entre gripe e resfriado, desde sua causa até alguns sintomas.
Apesar de usarmos esse termo de forma genérica para nos referirmos aos sintomas como nariz entupido, espirros e dor de cabeça, a gripe e os resfriados são causados por vírus diferentes e apresentam algumas características que permitem a sua diferenciação. Incluímos nesses casos as crises de rinite e sinusite que provocam sintomas semelhantes.
Enquanto a maioria das pessoas é infectada algumas vezes durante o ano com o vírus do resfriado, a gripe ocorre com menor frequência, manifestando-se, por exemplo, uma vez em alguns anos. A gripe é causada pelo vírus chamado influenza e seus sintomas geralmente aparecem de forma repentina, com sensações de febre, vermelhidão no rosto, dores no corpo e cansaço. Normalmente, entre o segundo e o quarto dia de infecção, os sintomas do corpo diminuem enquanto os sintomas respiratórios aumentam, aparecendo com frequência uma tosse seca. Na gripe, a presença de secreções nasais e espirros é comum.
O resfriado comum é uma infecção viral de pequeno porte que envolve sintomas respiratórios superiores, como coceira no nariz ou irritação na garganta, os quais são seguidos após algumas horas por espirros e secreções nasais. Pode ser causado por mais de 200 vírus diferentes, sendo o rinovírus o mais comum, principalmente durante o outono e a primavera. Ao contrário da gripe, a maioria dos adultos e crianças não apresenta febre ou apenas febre baixa.
Com o tempo seco, também é comum que algumas pessoas tenham uma piora significativa em crises alérgicas, como rinite e sinusite. Os sintomas mais comuns desses quadros de alergia são espirros, coceira no nariz e garganta, coriza e obstrução nasal, o que muitas vezes confunde a pessoa, achando que está gripada ou com resfriado.
Ainda não existem medicamentos que tenham demonstrado bons resultados no combate aos vírus da gripe e do resfriado, por isso o tratamento é direcionado ao alívio dos sintomas. Os principais medicamentos sintomáticos utilizados são os analgésicos e antitérmicos, que aliviam a dor e a febre.
A vacina é a melhor maneira de se evitar a gripe e suas complicações. Ela previne aproximadamente 70-90% dos casos de gripe, mas não protege contra outras infecções respiratórias como o resfriado. Todos os anos é necessário receber uma nova dose, devido à mudança genética que ocorre no vírus. O componente do vírus utilizado na vacina é inativado em laboratório, não sendo possível que ela provoque gripe.
As reações adversas após vacina costumam ser leves, como dor no local da injeção, febre e mal-estar que duram um ou dois dias. Há estudos que evidenciam que quem recebe a vacina todos os anos desenvolve maior resistência à doença. No caso do resfriado, não existem vacinas para prevenção.
Para as rinites e sinusites, também não há remédios específicos, elas normalmente apresentam boa evolução com o uso de antialérgicos. Contudo, no caso da sinusite, por vezes é necessária a administração de antibióticos e anti-inflamatórios, devido à infecção que ocorre nas vias superiores, sobretudo nos seios nasais e frontal, por isso o nome sinusite.
Como prevenção, manter o ambiente umedecido ajuda muito nos casos de rinite e sinusite, uma vez que a secura local pode desencadear os sintomas. Evitar poeira, manter-se hidratado, alimentação e hábitos saudáveis, fazer exercícios físicos e usar soro fisiológico para hidratar o nariz, também são fatores que ajudam ou aliviam os sintomas.