O Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina abriu suas portas para receber a exposição do Projeto de Cordel desenvolvido pelos estudantes dos 7º anos da Escola Estadual Ísis Castro de Mello César, localizado no Ipês II. A iniciativa, que está aberta ao público desde 2 de dezembro e ficará disponível até 4 de janeiro, apresenta um conjunto rico de produções literárias e visuais criadas pelos alunos, valorizando a leitura, a arte e a cultura popular brasileira.
O projeto nasceu durante as aulas de Língua Portuguesa, sob a condução sensível da professora Giovana Santos, que identificou o interesse dos estudantes por narrativas rimadas e pela expressividade típica dos folhetos de cordel. “A ideia nasceu da vontade de tornar a leitura mais viva e prazerosa para os alunos. O cordel permite que eles experimentem criatividade, ritmo e identidade cultural ao mesmo tempo”, destacou a professora.
Ao longo do processo, os alunos tiveram contato com cordéis tradicionais, estudaram a estrutura dos versos, escreveram seus próprios textos e desenvolveram ilustrações inspiradas na técnica da xilogravura, orientadas pela professora Thalita, de Artes. “Eu não sabia que conseguia escrever poesia. Quando terminei meu cordel, fiquei muito orgulhoso”, contou um dos estudantes.
O caráter interdisciplinar também se fez presente: os professores Scheidt e Heloísa, de Ciências, relacionaram o cordel ao bioma da região e às manifestações culturais que dele emergem. Já o professor Maurício, da Sala de Leitura, promoveu leitura de trechos de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, ampliando o repertório literário dos alunos.
O resultado final culminou em uma exposição vibrante, reunindo folhetos, gravuras e produções das turmas, aberta à comunidade escolar e à população. Durante a abertura, familiares, visitantes e educadores puderam ver de perto a potência criativa dos estudantes. “Ver os alunos tão envolvidos foi emocionante. A arte tem esse poder de transformar”, comentou uma das professoras participantes.
Para o chefe da Divisão de Patrimônio Histórico, Mauro Celso Barbosa, a iniciativa representa muito mais que uma exposição. “Receber esse projeto no Museu é fortalecer o vínculo entre cultura, educação e identidade. Abrir espaço para que nossos jovens ocupem esse ambiente é uma forma de reconhecer seus talentos e reafirmar a importância da arte popular na formação das novas gerações”, destacou.
