Há 50 anos, aquela garota de São José do Barreiro ficou encantada com a chegada da professora D. Therezinha Villela Piorino, dirigindo um fusca com placa de PINDAMONHANGABA. Mais do que depressa, correu para o mapa fixado na sala de aula para saber onde ficava aquela cidade de nome tão grande…
Recordo-me do desejo de um dia vir a conhecê-la e mal sabia eu que, em 2003, aqui aportaria como professora do curso de Pedagogia da recém-fundada Faculdade de Pindamonhangaba – a qual, para obter aprovação do MEC, precisava de professores com titulação de mestres e doutores; atendendo ao chamado da FAPI, tive a honra de integrar seu corpo docente, contribuindo para a formação de professores no tão sonhado “ponto desconhecido do mapa”.
Antes de ministrar as primeiras aulas, foi preciso conhecer a história de Pindamonhangaba, sua geografia, seus monumentos, seus vultos célebres. A Biblioteca Pública Municipal “Vereador Rômulo Campos D’Arace” proveu-me de livros e de sua hemeroteca: Athayde Marcondes, Waldomiro Benedito de Abreu, Rômulo Campos D’Arace, Francisco Piorino Filho e, de modo especial, Altair Fernandes e seus artigos na Tribuna do Norte.
Com esse aporte bibliográfico, não só repertoriei o diálogo com meus alunos como apaixonei-me por essa “Cidade Princesa”, traçando um roteiro cultural por suas igrejas, museus, palacetes, bibliotecas, monumentos e pelos bairros mais distantes de sua zona rural, riqueza que muitos desconhecem, de beleza singular, patrimônio verde da Princesa do Norte, do Vale do Paraíba e de nosso imenso Brasil!
Em 2012, tive a honra de ser convidada a ingressar na Academia Pindamonhangabense de Letras e, dentre tantos confrades, encontrei Ricardo Estevão e Altair Fernandes, irmãos de prosa e de poesia, de literatura e de alma! A eles devo amor a vida inteira, pois ambos foram imprescindíveis à descoberta do “a que eu vim”, de fato, para Pindamonhangaba: escrever e historiar!
Altair Fernandes, jornalista da Tribuna do Norte, convidou-me para ser colaboradora do célebre jornal e, desde 2015, redijo a coluna “Nossa Terra, Nossa Gente”, em que apresento aos leitores a historiografia de Pindamonhangaba, seu patrimônio material e, sobretudo, imaterial – as pessoas que aqui vivem/viveram, as riquezas de suas vidas, o tecido humano da bandeira de Pindamonhangaba!
Por esse trabalho de divulgação da história e da memória de Pindamonhangaba, fui agraciada duas vezes – 2019 e 2023 – com o “Prêmio Nelson Pesciotta de Jornalismo” do IEV – Instituto de Estudos Valeparaibanos; recentemente, em 14 de maio de 2024, por indicação da vereadora Regininha – a quem serei eternamente grata, assim como a todos os vereadores que, por unanimidade, concederam-me a mais alta honraria com que um munícipe possa sonhar -, recebi o título de “CIDADÃ PINDAMONHANGABENSE”!
Esse título vem coroar o respeito e o amor que esta professora e escritora tem cultivado por Pindamonhangaba desde que aqui chegou – e que muito honrarei por tudo o que vivi, aprendi, ensinei, escrevi, historiei…
E, para além dessas linhas, minha gratidão ao Jornal Tribuna do Norte, que, nesses últimos dez anos de seus 142 de existência, tem publicado a coluna “Nossa Terra, Nossa Gente”, e à Câmara Municipal de Vereadores de Pindamonhangaba pela outorga do título de CIDADÃ PINDAMONHANGABENSE a esta “filha do coração” que desenhou para si um mapa singular de Pindamonhangaba! Não um mapa geográfico com os municípios confrontantes, ruas e bairros, rios e serras, distribuídos nos seus 732 km² de extensão… Um mapa de amigos, de irmãos, de uma família que me reconhece pela AMOROGRAFIA com que inscrevi MINHA TERRA, MINHA GENTE em meu coração pindamonhangabense!