
Nascida no dia 11 de junho de 1882 na rua da Independência, a Tribuna passou por 32 endereços ao longo de sua caminhada secular e atualmente se encontra estabelecida na rua Francisco Glicério, 35, Jardim Boa Vista.
Como previra seu fundador, que desde 1980 tem seu nome perpetuado na fundação mantenedora da Tribuna do Norte, Fundação Dr. João Marcondes de Moura Romeiro, o jornal foi longe… caminha para o final de seu 3º cinquentenário existencial.
Entre as muitas coincidências verificadas na trajetória deste periódico (2º mais antigo do Estado de São Paulo) estão os endereços por ele já ocupados. Curiosamente, na Pinda das primeiras décadas do século XX, era comum à mudança de nomes de ruas e até a troca de nomes entre ruas. Por conta disso o jornal já ocupou por mais de uma vez o mesmo endereço ou, pelo menos, já voltou à mesma rua. Ao tempo de sua fundação o jornal estava instalado na rua da Independência, que entre outros nomes que tivera, finalmente se estabilizou com a denominação Deputado Claro César.
Citaremos aqui pelo menos duas das vezes em que o jornal retornou à rua onde nascera. Uma foi em 1916, quando teve seu escritório e redação na rua Sete de Setembro, nº 12B; outra, em 1972, quando se instalou nos baixos do Palacete 10 de Julho, então sede da Prefeitura, quando já com a denominação atual, Deputado Claro Cesar, 33. Ambos foram nomes que precederam ao “da Independência” para a mesma rua.
Endereços já ocupados pela Tribuna do Norte
Abaixo, trazemos todos os endereços da Tribuna. A relação do primeiro até a atualidade, conforme pesquisa no arquivo do jornal.
1882, primeiro endereço: Rua da Independência nº 2. Um mês depois a edição de 13 de maio de 1883 informa a seus leitores a mudança para o prédio nº 5 da mesma rua.
Obs.: Rua da Independência (desde 1925, rua Deputado Claro Cesar), era a como se denominava, na época, o trecho compreendido entre a igreja matriz até o cruzamento das atualmente denominadas: Marechal Deodoro e Ladeira Barão de Pindamonhangaba.
1883, conforme a edição de 21/6/1883, muda-se para o número 32, também da rua da Independência.
1888, no início de janeiro foi para a rua Riachuelo, 14.
Obs.: Rua assim denominada em 1872, em homenagem à batalha naval da guerra do Paraguai, mas que em 1928 recebeu o nome atual, rua Dr. Monteiro Cesar. Sua extensão é compreendida entre a rua Deputado Claro Cesar até a Praça Barão do Rio Branco (largo São José).
1891, conforme a edição de 26/4/1891, passou a funcionar na rua dos Três Andradas (não indicava o número).
Obs.: Denominação atual da rua dos Andradas. No entanto, sua localização não era onde essa via se encontra atualmente. Fato curioso é que nessa época, ocupava a extensão hoje ocupada pela rua Bicudo Leme, ou seja, começava em frente à igreja matriz. De 1901 até 1911 chamou-se Três Andradas; de 1912 a 1925, rua Sete de Setembro. Foi a partir de 1926 que seu nome mudou para “dos Andradas”. Na troca de denominações, a Bicudo Leme passou a ser a rua que até então era conhecida como “dos Andradas” e vice versa.
1905, conforme a edição de 17/12/1905, se estabeleceu na rua Mariz e Barros, 46.
1907, a edição de 2/6/1907 trazia como endereço a rua Três Andradas, 45, que era onde hoje é a Bicudo Leme (denominação acima explicada).
1908, segundo a edição de 18/10/1908, a Tribuna mudou-se do número 45 para o 85, continuando na mesma rua.
1913, edição de 7/12/1913, mudou-se para a rua Monteiro Cesar, 24.
1915, edição de 14/2/1915, foi para a rua Monteiro Cesar, 4.
1916, edição de 27/4/1916, escritório e redação passarão a funcionar na rua Sete de Setembro, nº 12B (atual avenida Deputado Claro Cesar); oficinas permaneceram na Monteiro Cesar, 4.
Obs.: Nessa época chamava-se rua Sete de Setembro a atual Deputado Claro Cesar.
1917, edição de 17/6/1917, anunciava a reunião de oficinas, escritório e redação de volta à rua Dr. Monteiro Cesar, 4.
1923, edição de 15/7/1923, rua Monteiro Cesar, 2.
1928, edição de 30/12/1928, rua Marechal Deodoro, 3.
1929, edição de 7/4/1929, rua Monteiro Cesar, 28.
1931, edição de 1º/3/1931, rua Monteiro Cesar, 34.
1934, edição de 26/3/1934, rua Marechal Deodoro, 60. No mesmo ano, edição 8 de julho, foi para a rua Dr. Rodrigo Lobato, 7.
1935, edição de 13/1/1935, esteve rua Prudente de Moraes, 7.
1938, edição de 8/5/1938, na avenida Dr. Jorge Tibiriçá, 60-A.
1939, edição de 23/4/1939, rua Bicudo Leme (a atual), 46.
1948, edição de 10/4/1948, rua Bicudo Leme, 214.
1949, edição de 31/7/1949, rua Bicudo Leme, 21.
1950, edição de 22/1/1950, rua Bicudo Leme, 214.
1968, edição de 31/7/1968, rua Bicudo Leme, 21.
1969, edição de 13/10/1969, rua Bicudo Leme, 60.
1970, edição de 11/1/1970, rua Bicudo Leme, 214. No mesmo ano, edição 11 de outubro, rua Bicudo Leme, 128.
1972, edição 19/3/1972, rua Deputado Claro Cesar, 33 (baixos do Palacete 10 de Julho – prédio da Prefeitura).
1980, edição de 30/8/1980, rua Bicudo Leme, 175.
1981, edição de 25/4/1981, de volta a rua Deputado Claro Cesar, 33 (baixos do prédio da Prefeitura).
1986, edição de 12/4/1986, rua dos Bentos, 450 – bairro Alto Cardoso.
2010, edição de 22/6/2010, praça Barão do Rio Branco, 25 (Largo São José).
Desde 2023, edição de 1º/8/2023, na Francisco Glicério, 35 – Jardim Boa Vista.
Obs.: Para sabermos mais sobre nomes de ruas da Pindamonhangaba antiga também utilizamos como fonte uma coluna do pesquisador Newton Lacerda, denominado “Nomes antigos e atuais de vias públicas”, publicadas em edições de 1978 do jornal Tribuna do Norte, e o livro “Pindamonhangaba Através de dois e Meio Séculos”, 1922, de Athayde Marcondes.
Ruas da Pinda antiga, a ciranda das denominações
Foto antiga da rua onde foi o primeiro endereço do jornal Tribuna do Norte, na rua da Independência, 2 (atual Deputado Claro Cesar). Ao tempo da fundação do jornal essa rua tinha sua extensão compreendida entre a frente da igreja matriz até o cruzamento das hoje denominadas: Marechal Deodoro e Ladeira Barão de Pindamonhangaba.
Quando esteve nos baixos do Palacete 10 de Julho (prédio da Prefeitura, foto acima), em 1972, suas oficinas, escritório e redação funcionavam nos porões (as três janelinhas de baixo, do lado esquerdo).
De 1986 a 2010 a Tribuna ocupou o número 450 da rua dos Bentos, no Alto do Cardoso. Período de importantes mudanças, incluindo a primeira vez jornal diário e a integração ao sistema offset.
No período compreendido entre 2010 e 2023 seu endereço foi Praça Barão do Rio Branco, 25.
Desde o início do segundo semestre de 2023, com uma série de inovações e evoluções, a Tribuna prossegue em sua missão de divulgar a história do município e à disposição da comunidade, na rua Francisco Glicério, 35, bairro Jardim Boa Vista.
A Pindamonhangaba das primeiras décadas do século XX era um município conhecido pela facilidade com que mudava e até trocava denominações de ruas e logradouros. Em seu livro Pindamonhangaba Através de Dois e meio Séculos, 1922, verbete “Ruas Diversas”, Athayde Marcondes, assim confirma tal prática: “As nossas ruas tiveram alguns nomes que foram mudados por outros conforme a vontade dos dirigentes políticos de diversas épocas”. Em seguida, com uma pitada de ironia no final, relacionando algumas denominações de ruas, acrescenta: “a título de curiosidade damos aqui os nomes de algumas ruas que desapareceram na noite da… política pindense…”
Fato, entretanto, que dificulta mais ainda aos pesquisadores, é que neste município até se trocavam as denominações de uma rua com a da outra. Isto é, o nome da rua de sua casa não estava livre de, a qualquer momento, ser trocado com o de outra via…
Por conta disso, em Pindamonhangaba, o pesquisador, quando em seu persistente garimpo de informações, pode confundir localizações se não atentar se para a data, ou seja, em tal ano aquela rua chamava-se “X” e identificava determinada extensão, mas em outro ano já dava nome a outra rua em outra localização.