Eram sete horas da manhã de um domingo ensolarado quando o interfone tocou repetidamente, fazendo-me dar um salto da cama, surpreendida. Ainda sonolenta, atendi o interfone. Do outro lado, uma voz firme e grossa disse: “- encomenda para a sra. na caixinha do correio”. Perplexa, questionei: “- mas cabe na caixinha?” A resposta veio afirmativa. Duvidosa, ainda tentando entender como minha aguardada encomenda poderia se acomodar na “caixinha do correio”.
Domingo, folga do zelador, como eu iria pegar minha encomenda tão esperada? Para mim, na caixa do correio caberiam apenas cartas ou algo parecido. Cartas? Será que ainda escrevem cartas? Logo me veio à cabeça as antigas caixas do correio que eram verdadeiras obras de arte forjadas em ferro. Desde as mais tradicionais com o pombo segurando uma carta no bico até as mais modernas. As caixas do correio tornaram-se elementos comuns em todas as residências.
Ao mencionarmos caixas do correio atualmente, estamos nos referindo aos endereços de e-mails, às caixas postais virtuais, especialmente ao interagir com os mais jovens. Já os mais antigos, como eu (sem revelar minha idade), usam o termo “caixa de correio” para se referir às de ferro fundido!
A humanidade sempre procurou se comunicar desde os tempos mais remotos através de sinais de fumaça, pombo-correio ou outros meios. Decidi interfonar para o zelador e por sorte ele estava no prédio. Relatei toda a situação para ele e, após uma hora, ele bateu na minha porta trazendo nas mãos a “minha” encomenda. Somente ele poderia abrir a caixa do correio. E para minha surpresa, não é que a encomenda cabia mesmo na caixa do correio…