A Casa de Passagem de Pindamonhangaba, inaugurada em junho de 2022, passou por uma reformulação e está realizando, desde janeiro, uma nova abordagem no serviço voltado à população em situação de rua do município. Entre as novidades no serviço executado estão a oferta diária de almoço, café da tarde e oficinas pedagógicas, bem como a realização de assembleias quinzenais. Esse reordenamento tem como objetivo alinhar as práticas realizadas na Casa à política do SUAS (Serviço Único de Assistência Social), além de proporcionar aos acolhidos uma perspectiva que os permita traçar um plano de saída das ruas.
Dentre as oficinas realizadas pela equipe técnica, constam rodas de conversa, cine-debate e até mesmo atividades esportivas realizadas na quadra, em frente à Casa. Segundo a educadora Ana Carolina, a realização de oficinas que desenvolvam habilidades lúdicas proporcionam momentos de interação mais propícios para um conhecimento mais íntimo dos acolhidos a fim de entender suas histórias e, assim, atender suas demandas de maneira mais individualizada.
Conforme o educador Victor, é fundamental que atividades que promovem a interação social sejam desenvolvidas. “Práticas, como esportes coletivos, reforçam ainda mais essa interação, principalmente no que diz respeito ao prazer de competir, de buscar conquistar algo, assim como na vida como um todo”. Já o educador Juan reitera a importância de se discutir temas sensíveis como “masculinidade” e “pertencimento”, a fim de proporcionar aos acolhidos a uma perspectiva mais coerente e completa sobre suas próprias trajetórias. “Despertar neles a necessidade de olhar para si e para própria trajetória, tende a proporcionar reflexões muito significativas, sobretudo nesse momento onde eles buscam reescrever suas histórias do zero”.
De acordo com a diretora da Proteção Social Especial, Juliana Barbosa, o reordenamento realizado tem como principal objetivo possibilitar um projeto de vida que vise a saída das ruas de forma efetiva. “Tendo em vista que a pessoa em situação de rua demanda um atendimento psicossocial, e que essa é uma condição multifatorial, temos a compreensão de que precisamos articular esse serviço com as demais áreas do setor público”, explicou.
Ainda segundo a equipe, o técnico de referência do equipamento, Bruno Savassa, afirmou que o reordenamento do serviço vem no sentido de adequá-lo às diretrizes e normativas da PNAS (Política Nacional de Assistência Social). “A ideia é garantir às pessoas em situação de rua um acompanhamento embasado teoricamente, trazendo assim estratégias e ações mais efetivas visando a ressignificação dessas trajetórias, além da possibilidade de saída dessa condição de vivência nas ruas”.
Conforme um dos acolhidos pela Casa de Passagem, C.C.A., de 58 anos, que é acompanhado pelo serviço desde a época do atendimento emergencial na Quadra Coberta, a mudança no perfil do atendimento é fundamental para que eles consigam superar as recaídas. “Agora que estamos ficando mais tempo aqui, fica mais fácil de aderir às propostas de recuperação”.
Ademais, a Secretaria de Assistência Social, por meio do Departamento de Proteção Social Especial, também tem realizado outras atividades para a pessoa em situação de rua ainda não acompanhada pela Casa de Passagem.
O Serviço de Abordagem Social – SEAS, para além das buscas ativas diárias na rua, realiza atendimentos 2ªs, 3ªs, 5ªs e 6ªs feiras, das 12h30 às 16h30, à Avenida Fortunato Moreira, 341 no Santana. E para mulheres e migrantes, temos parceria com o SOS que oferta atendimentos nos seguintes horários: 7 às 7h30 – café da manhã/ 11 às 12h – almoço / 14 às 16h – banho / 18 às 19h – jantar / 19 às 20h – pernoite (munícipes) / a partir das 20h – pernoite (migrantes). Todas as ações têm como prerrogativas a Política Nacional para a População em Situação de Rua.