Alunos e ex-alunos da área de moda do Senac Pindamonhangaba foram selecionados para uma missão muito especial: confeccionar seis looks desenhados pela designer de moda Ana Clara Watanabe, exclusivos para o desfile-performance “Tarsila Amarela”, que celebra o centenário das obras São Paulo, São Paulo GAZO e EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil), criadas em 1924, pela artista Tarsila do Amaral. O evento acontece no dia 28 de maio, a partir das 15h30, no Edifício Martinelli, na capital de São Paulo. O desfile contará com 400 convidados, entre estilistas, artistas, empresários, influenciadores e outros.
Durante quase três meses, 21 alunos e ex-alunos de moda do Senac Pindamonhangaba, orientados pelos docentes da área, trabalharam todos os sábados focados na modelagem e costura das peças idealizadas pela designer de moda para o evento. Além da confecção das roupas, 13 alunos ainda atuarão na produção do desfile.
Na coleção, Watanabe, que é nascida em Pinda, reinterpreta as telas da artista somando à sua vivência criativa como uma mulher do interior que também se muda para a capital para trabalhar com artes plásticas. “Meu contato com a moda começou na cidade onde nasci e fui criada. Quando tinha em torno de cinco anos, comecei a bordar e a fazer crochê com a minha avó materna. A família da minha mãe dedicou-se bastante à costura. Sempre busquei retratar minha cidade nos meus trabalhos porque sentia falta dessa representatividade do interior em projetos relacionados à arte. Moda não é apenas para quem está na capital”, conta Watanabe.
A designer de moda explica o porquê convidou o Senac para ser parceiro nessa iniciativa. “Quando o projeto de Tarsila começou, fiz questão de prestigiar essa mão-de-obra tão potente. Os cursos do Senac Pindamonhangaba voltados para moda são muito completos e formam profissionais excelentes que muitas vezes não têm a oportunidade de atuar nesse cenário de moda mais artístico. Nossa ideia era realmente aproximar esses alunos e ex-alunos do mercado. Acredito que o evento vai trazer uma vivência diferente para os alunos que estão participando tanto da confecção quanto da montagem do desfile. A experiência de criar uma roupa como as que estamos produzindo é algo novo para muitos, trazemos uma nova forma de pensar o vestuário e mostramos que eles são capazes de conceber coisas incríveis com as habilidades que possuem”, ressalta Watanabe.
Para o Senac, a participação no projeto engrandece o aprendizado dos estudantes. “Ressalto três pontos importantes nessa parceria: o primeiro é a evidência da proposta pedagógica e das marcas formativas do Senac no desfile (projeto real, autonomia do aluno, atitude sustentável, aluno como protagonista no processo de ensino-aprendizagem, atitude colaborativa, senso crítico, domínio técnico-científico e atitude empreendedora); o segundo ponto é a oportunidade dos estudantes poderem mostrar os seus talentos ao mundo da moda e fazer networking; e o terceiro é a contribuição desse projeto para o desenvolvimento de Pindamonhangaba e da região”, declara Natália Martins do Amaral, coordenadora dos cursos da área de moda do Senac Pindamonhangaba.
Andréia Hobuss, gerente da unidade, explica que é importante para o Senac ser esse lugar de catalizador de sonhos dos alunos e de projetos dos empresários. “Essa ação conjunta mobiliza concretamente inovação, trabalho colaborativo das equipes, comprometimento de pessoas capacitadas, legitimando a importância de todo o investimento que a instituição faz na formação docente e no desenvolvimento dos profissionais, na infraestrutura dos espaços de aprendizagem e no portfólio, para que aconteçam projetos dessa dimensão”, afirma.
Cleiton Cypriano de Souza, ex-aluno do curso de Costura Básica do Senac Pindamonhangaba, é um dos integrantes da equipe formada para a confecção das peças do desfile. “Eu ainda não conhecia a Ana Clara quando recebi o convite do Senac para participar do programa. Pesquisei e descobri a grandeza da designer de moda. Fiquei muito feliz em conhecê-la e super honrado em fazer parte do time”, explica Cleiton.
Sobre o desfile, Ana Clara Watanabe constrói uma leitura delicada e vívida sobre a ótica da industrialização no Brasil, presente nas obras E.F.C.B (Estrada de Ferro Central do Brasil), São Paulo e São Paulo (GAZO) da pintora e desenhista brasileira, Tarsila do Amaral, que completam 100 anos em maio. A coleção será exibida no icônico Edifício Martinelli, que marcou a ascensão da verticalização da arquitetura paulistana, reforçando a própria produção de Watanabe em sua interpretação pessoal sobre as obras de Tarsila que traduzem São Paulo e suas nuances industriais.
