Para tudo neste mundo, temos que fazer e ser melhor sempre e com o trabalho voluntário, não poderia ser diferente, tem que evoluir, se respaldar, ter boas práticas de gestão e impactar de verdade o meio.
Certo, mas fazer tudo isso tem um custo? Sim, com certeza tem. Já ouviram dizer que para ganhar dinheiro tem que gastar dinheiro? Creio que já ouviram isso e ouso aqui a trazer isso para o trabalho voluntário.
Para se ter um trabalho voluntário engajado, primoroso, com impacto real no meio, tem que investir e muito mais do que recursos, tempo, mas tem que ter um gestor à frente disso.
A grande questão que muitos se aventuram na gestão e/ou criação de um programa ou mesmo um projeto de voluntariado, embasado na boa vontade e na possibilidade de farta obtenção de recursos, através da prestação de serviços.
Assim se cria um mercado que tem muitos bons profissionais e outros muitos aventureiros, que por conta de valores baixos acabam conseguindo trabalhos, mas de forma geral deixam uma experiência ruim e assim deterioram este mercado, pois em muitos lugares funciona assim, um mercado se destaca de alguma forma e todos se viram para ele, independentemente de sua formação ou experiência, mas querem aproveitar a onda e surfar nela de alguma forma.
Triste, pois aqueles que se dedicaram a estudar e se debruçaram sobre as práticas reais e não somente as ideais, sofrem quando buscam se colocar neste mercado.
Creio que muitos devem pensar que é assim em muitos setores, eu também acredito que sim, mas quando se trata do trabalho voluntário, me deixa muito triste pois deveríamos ter um zelo maior em relação a ele e sim ter os profissionais dedicados à causa, até por que merecemos crescer, mas deveríamos também nos preocupar em dar oportunidades para que todas as OSC’s pudessem ter acesso aos profissionais competentes no assunto, com valores justos, o que fica difícil visto a quantidade de aventureiros.
Creio que isto foi muito mais um desabafo do que um artigo, mas fica a reflexão do que estamos fazendo dentro do terceiro setor e dentro do voluntariado. Será que realmente temos uma missão ou somente queremos mercantilizar e canibalizá-lo? Espero que todos os profissionais que lerem este texto possam refletir seu papel no mercado do voluntariado e no terceiro setor.