
Diretor, dramaturgo, ator,
poeta, contista, letrista.
Membro titular e ex-Presidente da
Academia Pindamonhangabense
de Letras
Afinal, como tudo começou?…
Bem, era dezembro. 1993 estava se encerrando. Ainda estávamos todos impactados, fortemente empolgados por, junto com o Textandotexto e o “Sganarello”, estarmos fazendo parte daquele momento que estava reativando e encantando a cena teatral de Pinda.
Foi quando o Edson Sansil, que era o diretor e criador do grupo teatral, resolveu encerrar as apresentações do espetáculo e, logicamente, levar o nome do grupo e o trabalho para suas novas criações.
Resolvemos, imediatamente, que queríamos e deveríamos continuar com o grupo. Mantivemos a casa que alugávamos como sede.
Precisávamos, agora, de um novo nome. A escolha saiu de uma lista com 76 sugestões dadas pelos integrantes. Em democrática votação, escolhemos “Cadê Otelo?”, sugestão do Wilson.
Então, em 27 de dezembro de 1993, na sede da Rua Francisco Glicério, na Boa Vista, com participação da Virginia, Wilson, Marcelo, Alberto, Bety, Carlos, Alexandre, Fabio, Alex e Glaucia, foi lavrada a ata da primeira reunião para oficializar a fundação da Cia. Teatral “Cadê Otelo?”. Decidimos que seria constituída como uma Associação Civil Sem Fins Lucrativos de Cunho Cultural e Artístico.
Em 15 de março de 1994 o Dr. Paulo Ramos concluiu a redação do Estatuto que regeria a Associação Cultural; em 15 de abril de 1996 foi cadastrado o CNPJ; em 21 de outubro de 1997, a Inscrição Municipal. E concluiu-se aí o registro. Ainda dá para sentir muito forte a presença da luz daqueles primeiros momentos, a lembrança viva da empolgação com que nos apegamos ao plano. Era como se já soubéssemos antecipadamente que ele seria parte ativa da vida de cada integrante.
Era o início de 1993. Ainda estávamos apresentando o “Sganarello” quando o Marcelo trouxe a ideia de “A Barca do Inferno”. A paixão foi imediata.
Levados pelo entusiasmo, queríamos que tudo acontecesse imediatamente. Fomos, eu e ele, procurar o Quim (Joaquim Gama), que era, na época, professor na FASC, a faculdade onde o Marcelo estudava. O Quim, que já conhecia a ideia e também comungava da mesma vontade em realizar o projeto, topou de imediato a dirigir os trabalhos e o grupo.
Iniciamos a nossa obra.
Em paralelo, a Cia., dentro dos seus objetivos de desenvolver o interesse pelas atividades teatrais, criou, em parceria com o Departamento de Cultura de Pindamonhangaba, o FESTIL – Festival Estudantil de Teatro, envolvendo estudantes da região e de São Paulo.
Para preparar os iniciantes na produção dos seus espetáculos, organizamos oficinas de formação e de apoio à realização das suas obras. Dentre essas produções resultaram as montagens: “Teens, Jeans e Afins”, pelo grupo Mr. Floyd Teatro-Dança; “Don Quixote”, “Jerimum” e “Sganarello”, pelo Grupo Teatral Trupe Zupe.
Esses grupos, formados por adolescentes do 1º e 2º grau, com elencos numerosos, apresentaram-se em diversas cidades do Vale do Paraíba e participaram de diversos festivais de teatro estudantil, obtendo vários prêmios.
Com o objetivo de divulgar e atrair a criança e o jovem, montamos, com elenco da própria Cia., os espetáculos: “Apareceu a Margarida” e “A Viagem Maluca”, que se exibiam diretamente nas escolas, tendo alcançado carreira duradoura e de grande sucesso.
Em vista da necessidade das empresas da região em ter apoio às suas atividades de treinamento em áreas como segurança no trabalho, transformação e melhoria da qualidade de vida, utilizando do teatro, criamos um grupo de desenvolvimento da conscientização e estímulo ao envolvimento em atividades para melhorarem a capacidade criativa e participativa dos funcionários dessas empresas.
Tudo foi acontecendo intuitivamente. Com pouca experiência, usando caminhos, às vezes, mais ásperos, chegando aos resultados com mais dificuldade. Porém, as apresentações alcançavam resultados reconhecidamente expressivos.
Hoje podemos afirmar que valeu a pena. Valeu muito!