
Pindamonhangabense de Letras
Na terra do virtuoso maestro João Gomes de Araújo, da Faculdade de Música Santa Cecília – única instituição de ensino superior de formação de músicos do Vale do Paraíba -, da Banda Euterpe – a mais antiga corporação musical do Estado de São Paulo a celebrar 200 anos no próximo 22 de agosto -, eis que surge, em 2012, a Orquestra de Cordas da Corporação Musical Euterpe, um celeiro de jovens músicos para a bicentenária musa lírica de Pindamonhangaba.
Atualmente composta por 25 integrantes – aprendizes de violino, viola, violoncelo e contrabaixo -, a Orquestra de Cordas da Corporação Musical Euterpe conta com a direção artística e regência do maestro Willians Jobair da Silva, um pindamonhangabense que “nasceu num berço de músicos” e, ao ganhar seu violino aos dez anos, aprendeu as primeiras lições com os próprios tios.
Na adolescência e juventude, Willians tocou na Banda Musical do Externato, na Banda Marcial Dragões de Pindamonhangaba e na Corporação Musical Euterpe, tendo sido aluno de Teoria Musical da inesquecível Irmã Cecília, a quem devota profunda gratidão pelas lições que foram decisivas no seu ingresso na Banda de Música da Escola de Especialistas da Aeronáutica.
Os estudos de violino Willians efetuou na “Fêbo Camargo”, instituição taubateana em que também foi auxiliar e professor de violino, tendo ainda tido a oportunidade de estudar regência no 32º Festival de Inverno desse renomado conservatório musical.
À frente da Orquestra de Cordas da Euterpe, é ele quem seleciona o repertório de músicas a serem executadas (dos clássicos aos temas de filmes e de gênero popular) e quem transmite aos alunos iniciantes e de níveis intermediários e avançado as lições apreendidas ao longo de sua brilhante carreira de músico, formando novos instrumentistas de cordas para a Banda Euterpe ou outras esferas profissionais.
Para o maestro Willians, qualidade e diversidade estão dentro do mesmo compasso, na missão educadora que a Corporação Musical Euterpe abraça na formação musical da juventude pindamonhangabense. Nisso consiste o valor social e cultural da Orquestra de Cordas para seus integrantes: oportunidade de estudar música e, com isso, conquistar uma profissão futura.
A exemplo, citemos Viviane Araújo, ex-integrante e, hoje, membro da Orquestra Sinfônica Heliópolis, a primeira orquestra do mundo que surgiu numa favela e um dos principais grupos sinfônicos jovens do país, reconhecida por sua qualidade artística no Brasil e no mundo.
O maestro Willians é também um orquestrador de sonhos e, “afina os instrumentos” de que dispõe em busca de parcerias que viabilizem bolsas de estudos para os estudantes.
Sabemos que a música pode salvar as jovens vidas das drogas e do tráfico, unir nações, fazer os surdos que somos ouvirmos as pautas que os Céus compõem para nós… Por isso, a Orquestra de Cordas da Euterpe tem sido um instrumento, afinadíssimo, a revelarmos a mais sublime das músicas: o seu projeto social em prol da juventude.
Esse imprescindível movimento, embora careça da iniciativa solidária para manter sua harmonia, há de circular em nossa terra, entre nossa gente, como um dos mais aguerridos projetos sociais da nossa bicentenária banda!