Fábricas, escritórios, escolas (poucas) e grupos religiosos ou de amigos são prósperos em criar ações de trabalho voluntário, algumas por ano ou em uma semana específica, inspiradas em uma necessidade local ou regional, ou ainda em uma grande ação e/ou comoção mundial. Isto é bom. Mas a grande maioria cria uma ação para atender a uma demanda interna ou de marketing, ou ainda por comoção. Reforço: isso é muito melhor que não fazer nada, mas nem sempre essas ações têm um planejamento estratégico, não digo da execução, mas dos resultados esperados, do porquê de fazer esta ação e do como.
Explico. Se são ações planejadas, independente de datas ou estímulos internos ou externos, essas podem ser melhor estruturadas. Por exemplo: que estímulos queremos oferecer aos participantes? Qual o aprendizado que deve ficar? (Aqui percebo uma grande oportunidade para as áreas de RH das empresas, que usufruem pouco ou nada dessa atividade.) Qual o impacto que queremos causar nos participantes e nos que recebem a ação?
Outras perguntas a serem respondidas em uma ação de voluntariado estratégico incluem: por que fazer o trabalho voluntário? Qual a fundamentação teórica para esta ação? Quais os efeitos nos participantes? Pode parecer complexo, mas na prática é mais simples do que tentar colocar em palavras todo o desenrolar de uma ação voluntária. Até mesmo a contextualização anterior à ação deve ser pensada, e assim, parte destes questionamentos será respondida de forma natural.
Precisamos lembrar que o maior resultado de uma ação de voluntariado, em qualquer ambiente, deve ser o legado que fica. O aprendizado ao fazer uma ação legítima de voluntariado traz muitos ganhos. Inicialmente, o maior ganhador é quem pratica a ação, depois quem recebe, e por último, mas não menos importante, a sociedade em geral.
Todos esses atores têm ganhos específicos. Quem gerencia ações de voluntariado deve pensar em cada um dos atores separadamente, para que fique clara essa construção e para melhor aproveitamento de cada indivíduo, além de potencializar os resultados. Por esta e outras razões, insisto em chamar o voluntariado de “a maior ferramenta de transformação” que temos à disposição hoje em nossa sociedade, de forma segura, rápida, eficaz e de baixo investimento, aliada a transformações inacreditáveis nas pessoas e na sociedade.