Condutas como a disseminação não consentida de imagens e vídeos íntimos, a sextorsão (ameaça de divulgar conteúdos íntimos), o stalking (perseguição obsessiva) e o cyberbullying (intimidar, hostilizar, linchar a vítima) estão entre as principais manifestações de violência que as mulheres têm enfrentado no contexto da internet.
Com a internet cada vez mais presente em nosso cotidiano, a violência de gênero online passou a ser um problema na vida de muitas mulheres, que enfrentam diferentes tipos de violações. Geralmente acompanhada de calúnia, difamação e chantagem, entre outras violações, a disseminação não consentida de conteúdos íntimos é uma forma de violência que tem causado sofrimento e transtornos para muitas mulheres no mundo todo.
Se por um lado a internet multiplica as possibilidades de atuação das mulheres na defesa de seus direitos, por outro também se transformou em um espaço de produção e disseminação de discursos de ódio misóginos, por meio de conteúdos de insulto e humilhação que provocam intimidação e constrangimento. Isso acontece, sobretudo, se estamos falando de manifestações de violência direcionadas a mulheres que fogem dos padrões normativos em uma sociedade estruturada pelo racismo, pelo machismo, pela LBT+fobia, por preconceitos de classe e outras formas de opressão.
Com um aumento de até 70% em bullying/discursos de ódio entre adolescentes e crianças desde o lockdown de Covid, os pesquisadores descobriram que o não envolvimento é uma das principais formas de combater certos tipos de ataques de cyberbullying. Muitas vezes, é melhor que as vítimas de cyberbullying ignorem ou evitem um ataque e relatem imediatamente a situação a um adulto apropriado. O objetivo de qualquer agressor é incitar a vítima à raiva e ao reconhecimento de afirmações ridículas ou declarações maliciosas. Ignorar as tentativas de um agressor cibernético minimiza o seu poder no ambiente digital. Da mesma forma, aqueles que observam os ataques devem estar dispostos a relatar os problemas a amigos, familiares ou professores.
A melhor opção é bloquear o intimidador em todas as mídias sociais e contas de e-mail. Para muitos aplicativos de redes sociais, como o Facebook ou o Instagram, o bloqueio não só remove o agressor da vista da vítima, mas também significa que o agressor já não pode conectar-se diretamente ao perfil da vítima ou mesmo ver publicações de contatos mútuos que marcam a vítima. Não se envolva.