No último dia 26 de julho, comemoramos o dia dos avós.
Infelizmente eu não conheci meu avô paterno, pois este morreu num infarto fulminante no dia do casamento dos meus pais. Minha avó paterna eu só me lembro, que por volta dos meus 5 anos de idade, entrei na cozinha e vi minha mãe chorando com uma carta na mão, a qual lhe contava sobre o falecimento da sogra. Pela idade eu não tinha a real noção dos fatos.
Já meus avós maternos, apesar da distância – nós em Pindamonhangaba e eles no Rio de Janeiro, tive mais contato, porém ambos já não estão entre nós. Por isso vou falar de uma outra pessoa, minha mãe.
No último dia 03 de janeiro minha mãe completou 97 anos de idade, portanto, ela é mãe de 9 filhos, avó de 21 netos, bisavó de 22 e trisavó de dois. Vamos aproveitar para entender que muitos chamam as trisavós de tataravós e há dicionários que até aceitam isso – que o povo consagrou como certo. No entanto, o tataravô ou tetravô, é o pai do bisavô, ou seja, da quarta geração.
Vamos entender melhor: Pai vira avô, bisavô, trisavô, tataravô ou tetravô, depois disso, vem quinto avô, sexto avô e assim por diante. Confesso que até agora só conheço trisavós. E você leitor conhece algum tetravô, ou mais?
Bem, voltando a minha mãe, que por enquanto é trisavó, vejam que mulher incrível.
Nascida no Rio de Janeiro, ela chegou em Pindamonhangaba em 1960, quando meu pai recebeu uma proposta de trabalho aqui. Junto com a bagagem eles trouxeram: cinco filhos entre 03 e 15 anos, e mais uma filha no ventre. Em Pindamonhangaba nasceu a sexta filha e ainda mais outros 3, sendo eu a última.
Se fossemos contar a história toda dela, seria necessário o espaço de um livro, portanto, vou resumir aos dias atuais.
Depois de enfrentar uma vida difícil, numa terra distante, longe da família e amigos, ela superou os desafios e se tornou uma mulher conhecida, respeitada e amada, no Bairro do Socorro.
Na verdade, depois de enfrentar a barra de cuidar (de segunda a sexta-feira) sozinha dos filhos, Maria da Glória encontrou na religião um conforto para o corpo e para a alma. Engana-se quem pensa que ela se resumiu a ir na igreja uma, ou duas vezes na semana. Como uma “legionária de Maria”, ela sai de casa em casa, pregando o evangelho e ensinando a famílias a rezar o terço mariano.
Neste mês de julho, dona Glória, ou tia Glória para muitos, aos 97 anos, voltou a ter uma nova experiência de vida. Ela passou a ser um dos idosos a frequentar o CDI – Casa Dia do Idoso, onde os frequentadores se reúnem de segunda a sexta, das 8h às 16h30 para partilharem suas experiências de vida. Mas este será um outro capítulo.
Meu intuito com este texto, e, com a vida dessa mulher incrível de fé, é mostrar que devemos estar sempre abertos às mudanças da vida. Não devemos temer o desconhecido, nem tampouco nos acomodar. No entanto, é necessário acreditar em nós mesmos, buscar forças interiores e em Deus, ou naquilo que te move. Enquanto estivermos vivos, será tempo de buscar novas experiências, não há limites de idade para aquele que se abre ao novo. Viva a vida!