Foi na edição de 9/1/1921 do jornal Tribuna do Norte que encontramos a publicação da Resolução nº 7, assinada pelo, na época prefeito, Dr. Benjamin da Costa Bueno, autorizando à construção de novo túmulo para o conceituado construtor e arquiteto de Pindamonhangaba, Antonio Pereira de Carvalho. Morto no dia 16 de outubro de 1864, e cujos restos carnais já se encontravam há 57 anos sepultados no cemitério municipal.

Decretada pela Câmara e promulgada pelo prefeito a resolução trazia o seguinte conteúdo:
“Artigo 1º – Fica a prefeitura autorizada a dispender até a quantia de 500$000 pela verba – Obras Públicas, do orçamento de 1921, com a construção de um túmulo no Cemitério municipal, onde repousem dignamente os restos mortais de Francisco Antonio Pereira de Carvalho (Chico do Gregório).
Artigo 2º – Revogam-se as disposições em contrários.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento da presente lei competir que a cumpram inteiramente como nela se contém.
Pindamonhangaba, 30 de dezembro de 1920.
Benjamin Costa Bueno
Publicada na Secretaria da Prefeitura, aos 30 de dezembro de 1920
O secretário interino da prefeitura”
Chiquinho do Gregório

Francisco Pereira de Carvalho já andava adoentado em 1864, quando, após ter concluído a construção do cemitério municipal, obra da qual foi autor da planta (divisão da área em quadras e ruas), seu estado de saúde se agravou e ele morreu três dias após a inauguração. A inauguração teria ocorrido no dia 13 e ele morreu no dia 16 de outubro daquele ano de 1864.
O cemitério onde seu corpo teria sido o primeiro a ali ser sepultado, foi sua obra derradeira em Pindamonhangaba. Morreu aos 44 anos de idade, sendo 25 dedicados ao município. Sua morte foi divulgada no primeiro jornal de Pindamonhangaba, por ele mesmo fundado, “O Progresso”.
Francisco Antonio Pereira de Carvalho (1820/1864)
Houve homenagens póstumas no clube que fundara (Clube Literário) e na Câmara Municipal (instalada no Palacete Tiradentes, uma de suas criações). Pelas ruas que demarcara se ouviram sussurrados comentários de pesar pela sua partida.
Português pindamonhangabense
Nascido aos 28 de dezembro de 1820, em Portugal, na cidade de São João da Pesqueira, filho de Antônio José de Carvalho e dona Maria do Carmo Pereira, veio para o Brasil aos 16 anos de idade. Na barca “Lusitana” aportou no Rio de Janeiro em 1836. Em seguida foi para o estado de Minas Gerais, permanecendo por lá durante três anos (morava em Vila das Caldas). Estava com 19 anos (1839) quando veio morar em Pinda, onde conseguiu emprego como capitão Gregório José de Oliveira e Costa, fazendeiro abolicionista e liberal que também foi juiz municipal, delegado de polícia e vereador local.
Francisco acabou se casando com a filha do patrão, Maria Rita de Oliveira e Costa. Por ser empregado do capitão Gregório e haver se casado com a filha do patrão, é que passou a ser conhecido como “Chiquinho do Gregório”. Com Maria Rita foi pai de dois filhos, Affonso Henrique e Maria do Carmo. Ficando viúvo, casou-se novamente. Sua segunda esposa foi Firmina Pereira de Carvalho, com ela não teve nenhum filho. (Fonte: “Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Séculos” – Athayde Marcondes, 1922).