A Filosofia e as lembranças são indissociáveis ao explorar a identidade, a natureza do tempo e do conhecimento. A lembrança é fonte de reflexão “crucial para o nosso viver”, segundo o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, sendo a memória o “palácio interior” que molda nossa experiência de reflexão sobre passado, presente e futuro, de acordo com o Bispo de Hipona, Doutor da Igreja Católica, Santo Agostinho. Esse ato mental, mediante o qual a memória reproduz um fato passado que existe em nós e toca o presente, segundo alguns pensadores, é marcante e salutar quando lhe atribuímos significados positivos, quando acessamos momentos inesquecíveis que marcaram e continuam marcando a nossa trajetória existencial. Se os neurocientistas afirmam que o esquecimento de ofensas, rancores, mágoas e traumas vividos delineia caminhos para a felicidade, da mesma maneira podemos compreender que as boas lembranças nos conduzem a um plano divino de bem-estar.
É essa sensação de nostálgica emoção positiva que toma conta do nosso ser ao evocar a nossa inesquecível Turma de 1965, de concludentes do Ginásio do octogenário Colégio Diocesano Padre Anchieta de Limoeiro do Norte, uma referência na educação do Ceará e do Brasil.
Parece que foi ontem. Um grupo de vinte e poucos jovens, cheios de ideal, dizia um “adeus” momentâneo ao Diocesano amado. Decorridos 60 anos, constatamos que alguns integrantes foram para o infinito virar constelação: Cinês, Bibi de Cortez, Chico Eudes, Zé Gadelha, Lairton Bandeira e Carlinhos Celedônio. Outros, hoje com setenta e poucos anos, aqui permaneceram cumprindo a sua missão terrena. Como esquecer Albecy, Ranalfo, Ediceu, Pedro Neto Diógenes e Luiz Carlos Freitas Alencar?
Permanecem vivos na nossa memória esses amigos tão queridos: Cícero Viana, Mário Cleto, Tutu, Hugo Menezes Pinheiro e Luciano Maia, entre outros, que se destacaram na vida como profissionais e cidadãos exemplares. Algo, no entanto, é certo para todos nós: não teríamos ido tão longe se não possuíssemos os ensinamentos iniciais decisivos, a formação humanística, transmitidos pelos seus mestres sob o comando do Mestre Maior, Padre Francisco de Assis Pitombeira, hoje na mansão celestial a nos enviar luzes benfazejas de fé e de esperança, merecedor da nossa maior gratidão.
São decorridos 60 anos. Ainda hoje repetimos o que nos dizia o professor de Latim, o Mestre Pitombeira: “Haec Studia Adolescentiam alunt; senectutem oblectant; secundas res ornant; perfugium ac solatium adversis praebent; delectant domi, non impediunt foris; pernoctant nobiscum, perigrinantur, rusticantur!” (“Estes estudos alimentam a juventude; agradam à velhice; ornam as coisas alegres; oferecem refúgio e consolo nas horas adversas; agradam em casa e não impedem fora; pernoitam, andam e vivem conosco nos campos!”).
Salve, gloriosa Turma de 65 do amado Diocesano. Deus te proteja, Divino Diocesano, nosso segundo lar onde “almas primaveris inda em botão, purificadas de hálitos divinos”, no dizer do educador paulista, o pindamonhangabense Balthazar de Godói Moreira, absorveram tantos ensinamentos decisivos para o viver.
A expressão popular “o boi só engorda sob os olhos do dono” transmite uma lição valiosa sobre responsabilidade e cuidado. Ela sugere que nada prospera sem atenção constante e dedicação. Assim como o boi precisa da vigilância do dono para crescer saudável, projetos, relacionamentos e negócios também exigem acompanhamento próximo. Quando o responsável está presente, ele percebe problemas rapidamente e pode agir antes que se agravem. A ausência, por outro lado, costuma gerar descuido e desperdício.
Essa expressão é muito utilizada no meio rural, mas seu significado ultrapassa o campo. No ambiente de trabalho, por exemplo, líderes atentos tendem a obter melhores resultados. Funcionários se sentem mais valorizados quando há interesse real em seu desempenho. Na vida pessoal, o mesmo princípio se aplica aos estudos e aos sonhos. Quem acompanha de perto suas metas tem mais chances de alcançá-las.
Além disso, a frase reforça a ideia de comprometimento. Não basta delegar tarefas e esperar bons resultados sem envolvimento. A presença do “dono” simboliza zelo, disciplina e constância. Dessa forma, o ditado ensina que o sucesso é fruto de atenção diária. Portanto, cuidar, observar e participar ativamente são atitudes essenciais para o crescimento em qualquer área da vida.









