
Fisioterapeuta formado há 20 anos,
possui especialização em Ortopedia
e traumatologia, Osteopatia e
Acupuntura. É sócio da Azzera
Clínica, Clínica multidisciplinar em
Pindamonhangaba
Com a chegada do frio e da chuva, é normal nos recolhermos e ficarmos mais caseiros, sem muita vontade de sair e estar em contato com a natureza e os amigos. Ficamos muitas vezes com menos energia, sem vontade de sair da cama, de trabalhar, de interagir ou de nos divertirmos. Esses sintomas podem ter uma explicação clínica, que pode tratar-se de uma depressão sazonal, uma desordem comportamental relacionada principalmente com a diminuição das horas da luz do dia.
Nos países de clima frio, que perduram por maiores períodos, é maior a incidência de pessoas com sintomas de depressão. A depressão é um transtorno mental bastante conhecido, sendo suas principais causas a herança genética e a ocorrência de eventos traumáticos.
A depressão sazonal é mais comum nos períodos de outono e inverno, devido à menor luz solar, mas as alterações comportamentais relacionadas com as estações também podem acontecer em outras épocas do ano, sobretudo na primavera.
Várias são as hipóteses sobre o porquê ocorre esse transtorno sazonal. Dentre elas, destacamos a alteração vascular, que, devido à vasoconstrição, diminuiria a passagem sanguínea por áreas do cérebro relacionadas ao controle do humor. As mudanças abruptas de temperatura poderiam levar ao aparecimento de sintomas depressivos, como falta de energia e lentidão do pensamento.
Outra hipótese é a baixa luminosidade nos períodos de inverno, que também afeta áreas do cérebro, como o hipotálamo e a pineal, levando ao desligamento de regiões relacionadas ao humor e à energia. Isso poderia resultar em sintomas depressivos clássicos.
A falta de vitamina D, que ocorre pela baixa exposição ao sol, também é um fator coadjuvante, pois afeta diretamente sua absorção. Além disso, ela influencia os níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores associados à sensação de felicidade e ao funcionamento cerebral.
Os sintomas mais comuns são tristeza persistente, que dura a maior parte do dia; fadiga e falta de energia; aumento do sono, com dificuldade em acordar pela manhã; aumento do apetite, especialmente por alimentos ricos em carboidratos; tendência a se afastar de atividades sociais e interações; dificuldade de concentração; e perda de interesse em hobbies ou atividades que costumavam ser prazerosas.
Mas como tratamos essa depressão? Vários são os cuidados a serem tomados, dentre eles a prática de exercícios físicos regulares, suplementação de vitamina D, psicoterapia através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou outras formas de psicoterapia, e o uso de antidepressivos que podem ser prescritos pelo médico.
A adoção de um estilo de vida saudável, mantendo uma rotina regular de sono, alimentação balanceada e gerenciamento do estresse também é importante. Caminhar nos parques e ruas, além de ajudar na absorção da vitamina D, pode melhorar o humor e reduzir os sintomas.