Hoje falaremos sobre o TEA, ou Transtorno do Espectro Autista, que se trata de um transtorno, como o próprio nome diz, um distúrbio do desenvolvimento neurológico infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, de comportamento com interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais.
Contudo o TEA não é uma doença, portanto não apresenta sintomas, mas sinais, onde o diagnóstico ocorre por questão clínica. Não existem exames de imagem ou de outro tipo que diagnostiquem o autismo. Na maioria das crianças, a causa é desconhecida, embora existam evidências de um componente genético. O transtorno do espectro do autismo pode se manifestar durante o primeiro ano de vida, mas, dependendo da gravidade dos sintomas, o diagnóstico fica mais evidente na idade escolar.
Cada pessoa com TEA apresenta um diagnóstico particular, ou seja, não tem caráter padrão a todas as pessoas. Alguns conseguem ter vida funcional, estudar, trabalhar e se relacionar; outros têm dificuldade para interagir com as pessoas e o mundo à sua volta, necessitando de maiores cuidados ao longo da vida. Além disso, o nível de funcionamento intelectual vai desde deficiência profunda até habilidades cognitivas não verbais.
Pessoas com autismo expressam alguns comportamentos repetitivos, os quais tendem a se modificar conforme passa a idade. Crianças e jovens costumam realizar um balanço repetitivo do corpo, com necessidade constante de movimentos motores (principalmente de correr, pular, andar nas pontas dos pés, fazer movimento repetitivo das mãos e dos dedos), organizar brinquedos, roupas e objetos pessoais de forma metódica, além de repetir palavras fora de contexto. Adultos também podem ter esses comportamentos modificados, mas de modo reduzido e de forma menos emocional. Outra característica comum é que insistem nas mesmas coisas, sendo inflexíveis a mudanças de rotina e rituais familiares.
O tratamento tanto da criança como do adulto com TEA é multidisciplinar, onde é preciso interação entre médico neurologista, psiquiatra, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, psicoterapeuta, professor e conta ainda com a ajuda dos pais e familiares.
Existem grupos de mães em nosso país, as mães de azul, que criaram uma rede de ajuda para cobrar os governantes quanto às necessidades da pessoa com TEA, além de promover palestras e eventos tentando uma conscientização e educação da sociedade. O grupo ainda ajuda no acolhimento das famílias no difícil período do diagnóstico através da troca de experiências.
Atualmente os pesquisadores estão desenvolvendo inúmeros estudos observacionais em bebês dos 3 aos 6 meses de idade, onde já é possível identificar alterações no desenvolvimento infantil. Estudos demonstram que a intervenção precoce pode ser definitiva para que algumas barreiras do desenvolvimento da criança autista – principalmente de comunicação e comportamental – sejam superadas.
O que sabemos hoje em dia é que o TEA se trata de uma condição multifatorial, ou seja, que envolve uma interação ainda desconhecida entre fatores genéticos e ambientais. Por isso mais estudos são necessários para que se possa chegar a uma conclusão diagnóstica sobre as causas do TEA.