Com a chegada do inverno, as temperaturas mais baixas podem até ser agradáveis para alguns, mas elas provocam mudanças significativas no funcionamento do corpo humano. Especialistas alertam que o frio pode agravar dores ortopédicas, elevar a pressão arterial, ressecar a pele e intensificar problemas vasculares, e estes são apenas alguns dos efeitos que o frio pode provocar na saúde.
Durante o inverno, é comum que pessoas com doenças osteoarticulares, como artrite e artrose, além de pessoas com histórico de fratura e cirurgia ortopédica, relatem aumento da dor. Isso ocorre porque o frio provoca uma contração natural da musculatura e dos vasos sanguíneos, o que reduz a oxigenação dos tecidos e aumenta a rigidez das articulações.
A tendência ao sedentarismo no frio também contribui para o enrijecimento das articulações. Manter-se ativo e praticar alongamentos leves ajudam a reduzir o desconforto, mesmo dentro de casa.
O frio também impacta diretamente o sistema cardiovascular. Isso acontece porque, em baixas temperaturas, os vasos sanguíneos se contraem (vasoconstrição) para conservar calor dos órgãos e vísceras, fazendo com que o coração precise bombear o sangue com mais força para as artérias. Esse maior esforço do coração pode elevar a pressão arterial, especialmente em pessoas hipertensas. A combinação de frio, sedentarismo e alimentação mais calórica e rica em sódio pode descompensar quadros de hipertensão.
A vasoconstrição também pode agravar doenças como varizes, trombose, insuficiência venosa e síndrome das pernas inquietas. Estudos mostram que o risco de episódios de infarto e AVC pode aumentar até 30% no inverno.
A menor movimentação do corpo em dias frios contribui para a diminuição do retorno venoso, gerando sensação de peso, inchaço e cansaço nas pernas. Atividades físicas leves, mesmo dentro de casa, e o uso de meias de compressão podem ajudar a amenizar os sintomas.
Pacientes com doenças cardiovasculares, como os idosos, devem redobrar os cuidados nesta época do ano e monitorar a pressão com mais frequência. É importante manter o uso correto dos medicamentos e evitar mudanças bruscas de temperatura, como sair de um ambiente aquecido diretamente para o frio intenso.
A pele é outro órgão que sofre com o frio e o clima seco, pois a diminuição da umidade do ar, associada a banhos quentes e demorados, irá remover a oleosidade natural da pele e favorecer o ressecamento dela, aparecendo rachaduras e coceiras, especialmente em áreas como mãos, pés e rosto. Para evitar esses problemas, recomenda-se o uso de sabonetes suaves, o uso de hidratantes corporais, menor tempo no banho e aumento da ingestão de água.
A combinação de temperaturas baixas, mudanças de comportamento e alterações fisiológicas podem afetar significativamente o bem-estar. A boa notícia é que, com medidas simples como manter-se ativo, hidratado e bem agasalhado, é possível atravessar a estação com mais conforto e menos riscos.
O corpo sente a mudança de estação, e o inverno exige mais atenção aos hábitos de saúde. Cuidar do corpo nessa época é uma forma de prevenir complicações e garantir seu bem-estar.
