Nas últimas semanas estamos acompanhando o desastre que aconteceu na região sul do nosso país. São cenas muitas vezes inimagináveis em nossas cabeças, um mal que poderia ter sido evitado pelas autoridades, com uma análise científica e metas, porém como não foi realizado precisamos fazer o que for necessário agora.
Desde o início de maio chuvas incessantes, que persistiram por mais de uma semana, colocaram todo o estado do Rio Grande do Sul em situação de calamidade, com um saldo trágico de mortes e desaparecimentos. Especialistas apontam que a catástrofe é resultado da combinação de fenômenos climáticos acentuados pelas mudanças climáticas, um corredor de umidade vindo da Amazônia e um bloqueio atmosférico.
Além dos danos imediatos, como desabrigados e infraestrutura comprometida, uma preocupação consequente é o aumento de doenças relacionadas às enchentes. As águas das enchentes podem carregar uma série de patógenos e criar condições ideais para a proliferação de vetores de doenças. Entre as enfermidades que podem se intensificar após tais eventos estão a leptospirose, diarreias, hepatite A, tétano e dengue.
Uma das doenças mais preocupantes é a leptospirose, que é transmitida pela água contaminada com a bactéria presente na urina de ratos. Os sintomas incluem febre alta, calafrios, dores musculares e icterícia. A recomendação é evitar contato com águas de enchente e, se inevitável, usar botas e luvas.
Águas contaminadas também são fonte de diarreias bacterianas e hepatites virais. A ingestão de água ou alimentos contaminados pode levar a essas doenças, que se manifestam com sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos.
Devido ao acúmulo de água das enchentes aumentam os riscos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, zika e chikungunya. Áreas alagadas se tornam criadouros ideais para esses mosquitos, elevando o risco de surtos.
As autoridades de saúde alertam para a necessidade de vigilância e prevenção, reforçando a importância do monitoramento de casos e a conscientização sobre os cuidados necessários para evitar essas doenças.
A tragédia no Rio Grande do Sul serve como um alerta das consequências das mudanças climáticas e sobre a necessidade urgente de políticas de adaptação e prevenção para tentar evitar os impactos desses desastres naturais. Além disso, faz-se necessário uma força-tarefa no combate às doenças que as enchentes trazem, um mal que está apenas começando.