A arte de resistir não se aprende em manuais nem em salas de aula formais: ela nasce no coração quando tudo ao redor parece ruir. Resistir é se firmar no chão mesmo com ventos contrários, é ser raiz que não se deixa arrancar.
É quando a esperança se veste de coragem e caminha lado a lado com a teimosia de não desistir. Resistir é manter o olhar erguido quando o mundo tenta abaixá-lo, é continuar cantando quando só se ouve silêncio. É também saber que fragilidade não é fraqueza, mas parte do caminho que nos fortalece.
Resistir é arte porque exige criatividade: transformar o golpe em aprendizado, o tropeço em impulso, a dor em poesia. Quem resiste inventa novos modos de existir, traça rotas invisíveis no mapa das impossibilidades. É uma coreografia entre quedas e recomeços, entre derrotas e reinvenções. Na arte de resistir, cada cicatriz se torna traço, cada lágrima vira tinta, cada luta compõe um quadro maior.
Resistir não é apenas sobreviver, mas afirmar a vida em sua plenitude. É o gesto de quem planta mesmo em terreno árido, de quem acredita que o amanhã pode florescer. Resistir é ato de beleza, porque mantém acesa a chama que ilumina, aquece e inspira. No fim, a arte de resistir é também a arte de criar: criar futuro, criar sentido, criar mundos onde antes só havia escuridão.
