Não tem como negar: a Inteligência Artificial (IA) já faz parte do nosso cotidiano. Ela está no chatbot do computador, no aplicativo de mapas, nas recomendações de filmes e até nos vídeos que aparecem, quase de forma automática, em nossos feeds de redes sociais. Naturalmente, também chegou às redações jornalísticas.
Hoje, a IA é utilizada em diferentes etapas da produção jornalística: da apuração à revisão de textos, passando até pela sugestão de pautas. Não se trata mais de uma promessa futurista, mas de uma realidade presente que exige reflexão. O desafio está em construir uma relação segura, responsável e ética com essa tecnologia.
Veículos de comunicação de prestígio, como The New York Times e The Guardian, já estabeleceram diretrizes para orientar as equipes no uso da ferramenta. Em tempos de transformação digital, é fundamental que o jornalista veja a IA como aliada, um recurso estratégico para decifrar dados complexos, ampliar a capacidade de análise e acompanhar as inovações do mercado.
No Brasil, o tema também avança no campo legal. No fim do ano passado, o Senado Federal aprovou o marco regulatório da Inteligência Artificial, que prevê regras sobre transparência no uso de conteúdos protegidos por direitos autorais e mecanismos de remuneração justa a autores. Nesse contexto, torna-se ainda mais urgente que as redações invistam em políticas claras de uso da IA, além de treinamentos que capacitem profissionais a explorar o potencial da ferramenta sem abrir mão da ética e da credibilidade, marcas essenciais do jornalismo.