Os filósofos sempre chamam a nossa atenção para um fato deveras importante para refletirmos sobre o mundo atual marcado por tantos conflitos: o papel da RAZÃO. Tendo em vista que a Filosofia não se preocupa com crenças e experiências do cotidiano, mas com fatos comparados cientificamente, vamos entender a relação forte entre a Filosofia e a Razão que transcende tempo e espaço. Ela enxerga a Razão como aquela consciência moral que proporciona às vontades das pessoas e oferece, em especial, motivos éticos para a ação, sendo, enfim, a capacidade moral e intelectual dos seres humanos.
Ao olharmos o desenvolver da História, apreciamos o Filósofo grego Sócrates (470-399 A.C.), o qual revolucionou o pensamento ocidental e acreditava no grande poder do diálogo para se alcançar o conhecimento. E foi mais além: a Razão conduz o ser humano ao meio termo para que esse evite, com prudência, os excessos dos prazeres e da riqueza. Platão, seu discípulo (427-347 A.C.), cujas ideias fundamentam-se na diferenciação do mundo entre coisas sensíveis (ideia, inteligência) e as visíveis (matéria e seres vivos em geral), afirmava que a mesma tem o poder de reflexão que oferece a clareza da consciência, a qual proporciona uma análise de todos os atos e que a finalidade do mesmo é a busca incessante do BEM.
Já em pleno século XVIII vamos encontrar a Razão como fiel guia para a discussão do problema moral (aqui entendido como o problema da ação humana). E foi então ela o elemento que ocupou o ponto central dos ideais iluministas, movimento intelectual e filosófico que surgiu na Europa nos séculos XVI e XVII que batia de frente com o absolutismo e a concentração do poder real, defendendo, pois, o Desenvolvimento Científico, as liberdades individuais e o liberalismo econômico. Entre os seus principais pensadores e filósofos figuravam: Immanuel Kant, Jean D´Alembert, John Locke, Adam Smith, David Hume, Voltaire, René Descartes, Montesquieu, e Jean Jacques Rousseau, entre outros. Embora não fossem contra a crença em Deus, criticavam severamente o controle do conhecimento da Igreja Católica e os privilégios do clero e da nobreza. Não podemos esquecer que a Revolução Francesa, um importante acontecimento histórico para a França e para o mundo, foi influenciado pelos ideais iluministas.
Cremos que o Filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1800), fundador da Filosofia Crítica, autor da magistral obra “CRÍTICA DA RAZÃO PURA”, foi um dos pensadores que melhor colocou luzes nesse tema tão desafiador (RAZÃO) trazendo-nos a noção de que ela antecede a experiência, portanto, os conteúdos que ela conhece passam a depender da experiência. Ele afirmava: “A experiência fornece conteúdos para a Razão. Ela pensa objetos ainda que não possam ser conhecidos. A Razão não constitui objetos, mas tem uma função reguladora das ações humanas.”
Estamos em pleno século XXI. A Civilização Ocidental está marcada pela barbárie dos conflitos armados em todos os recantos do planeta. A geração atual morre nos conflitos e nas guerras econômicas e sociais. Milhares de jovens sem voz e sem vez perdem a vida nas periferias das grandes cidades. Onde está a RAZÃO? Precisamos estabelecer políticas públicas que restabeleçam os valores do trabalho e da honestidade, que proporcionem uma vida digna aos nossos irmãos que jazem à beira do caminho. Enfrentemos esse desafio pelo bem da humanidade. Menos reclamações e mais comprometimento. Que a luz Divina traga a Luz da RAZÃO antes que seja tarde demais!