Pindamonhangaba deve fechar 2023 com o maior número de casos de dengue dos últimos anos. Segundo levantamento da Vigilância Epidemiológica até o dia 26 de dezembro, o município confirmou 1.965 casos da doença entre casos autóctones e importados. Os números devem superar 2020, quando o município confirmou 1.967 casos.
Para entrar em 2024 com números menores, a Secretaria de Saúde do município está alertando a população sobre a alta de casos e pedindo a parceria dos moradores para ações que possam combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Os números expressivos de casos da doença estão sendo registrados em todas as regiões da cidade, principalmente nos bairros do Distrito de Moreira César, como por exemplo Terra dos Ipês I, Vila São José, Vila São João, Vila São Benedito, Pasin, Mantiqueira e também bairros próximos à região central da cidade como Jardim Bela Vista e Santa Luzia.
Em recente nota emitida pelo Ministério da Saúde, a recomendação é priorizar a realização das medições, através da Avaliação de Densidade Larvária (ADL). Por essa razão, a Vigilância Epidemiológica está determinando para a equipe de controle de vetores trabalhar nas medições dos índices ADL e em conjunto com bloqueios de controle de criadouros nos casos confirmados de dengue.
Outra informação emitida pelo Ministério da Saúde indica que o Aedes aegypti está resistente a diversas fórmulas químicas de inseticidas existentes no mercado e, por isso, a termonebulização ou FUMACÊ não é indicado como controle do Aedes aegypti devido à baixa eficiência, motivo pelo qual a equipe de controle de vetores não fará mais a utilização desta técnica.
“Neste momento estamos interrompendo todas as atividades relacionadas à aplicação de inseticidas priorizando as medições de ADL como atividade prioritária neste mês de janeiro ADL, além dos tratamentos focais que serão realizados conforme as visitas forem realizadas de bloqueio e avaliação de infestação”, afirmou o Coordenador do Programa de Saúde da Vigilância Epidemiológica, Ricardo da Costa Manso.
Outra estratégia para amenizar o problema causado pelo Aedes aegypti e evitar uma epidemia é a realização de campanha institucional junto à população com utilização de mídias e veículos de comunicação.
A participação da comunidade também é fundamental para que o resultado seja alcançado. “Pedimos que todos possam abrir a porta de sua casa para que esse trabalho aconteça. Outra ação importante que os proprietários das residências podem colaborar é com a retirada de material sem uso, principalmente os que possam acumular água. Temos PEVs espalhados em todas as cidades e o correto é fazer o descarte correto nessas unidades”, ressaltou Ricardo.
Segundo a Secretaria de Saúde, foi a primeira vez, na medição da série histórica, que não houve interrupção na transmissão, com registro positivo todas as semanas de 2023.
VACINA CONTRA DENGUE
A notícia positiva é que o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacina não será utilizada em larga escala em um primeiro momento e será focada em público e regiões prioritárias. Em breve será definido os públicos-alvo levando em consideração a limitação do fabricante em relação ao número de vacinas disponíveis. A previsão é que sejam entregues 5 milhões de doses em 2024 e a vacinação, que será composta por duas doses, deve ter início em fevereiro.
A infecção por dengue gera uma doença que pode ser assintomática ou apresentar formas mais graves, evoluindo ocasionalmente ao óbito. A forma viral clássica envolve sinais e sintomas, tais como: fraqueza muscular, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
PRINCIPAIS AÇÕES QUE A POPULAÇÃO PODE TOMAR PARA COMBATER A DENGUE:
Mantenha a caixa d’água bem fechada e coloque tela no ladrão da mesma.
Mantenha bem tampados tonéis e barris d’água.
Lave semanalmente (por dentro) com escova e sabão, os tanques utilizados para armazenar água.
Fure os pratinhos das plantas para que não acumule água.
Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
Não deixe água acumulada sobre a laje.
Coloque no lixo todo objeto sem utilidade que possa acumular água.
Adicione água sanitária nos ralos.
Limpe e lave os bebedouros dos animais semanalmente.
CASOS DE DENGUE NOS ÚLTIMOS 5 ANOS:
2019: 194 casos
2020: 1.967 casos
2021: 1.235 casos
2022: 374 casos
2023: 1.965 casos contabilizados até 26/dez/23.