
Entre os dias 6 e 9 de maio, Brasília foi palco da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), realizada no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). O evento reuniu representantes de mais de 2.500 municípios e consolidou um processo de escuta e construção coletiva com a sociedade brasileira, que apresentou 2.635 propostas e elegeu 1.501 delegadas e delegados para compor as etapas finais do processo deliberativo.
Representando a sociedade civil de Pindamonhangaba e do Vale do Paraíba, a ativista socioambiental Larissa Néri integrou a delegação paulista e participou ativamente dos debates e votações, especialmente no eixo Governança e Educação Ambiental, no grupo de trabalho Planejamento e Políticas Públicas. “Foi um momento histórico de encontro entre territórios, culturas e experiências de luta. A conferência reafirmou que a pauta ambiental é profundamente social, ancestral e coletiva. Saio de Brasília com a esperança renovada e o compromisso ampliado com a justiça climática e os direitos dos povos”, afirmou Larissa.
Realizada 11 anos depois da 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, esta teve entre seus marcos históricos a definição de 10 propostas prioritárias para o enfrentamento da emergência climática, resultado de um processo democrático que contou com ampla participação da sociedade civil, de governos e do setor privado, com o objetivo de orientar políticas públicas pautadas pela transformação ecológica, pela justiça climática e pela construção de um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
Durante o discurso de encerramento, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o caráter democrático da conferência e reforçou o compromisso do governo com as deliberações construídas. “Essas propostas representam um exercício democrático a servir de referência para a definição de políticas públicas. E o que não foi priorizado não vai ser encostado”, garantiu a ministra.
As contribuições da sociedade civil durante o processo de conferências municipais, estaduais e temáticas livres evidenciaram a diversidade dos territórios e a força dos sujeitos que, em seu cotidiano, promovem ações concretas de cuidado com a terra, a água, o ar e a vida.
A participação de representantes como Larissa Néri reafirma o papel fundamental dos movimentos locais na construção de políticas públicas ambientais inclusivas e transformadoras. A 5ª CNMA demonstrou que participar é ocupar espaços, debater narrativas, ampliar visões e compreensões sobre as diversidades que forjam os territórios e biomas nacionais e afirmar que o meio ambiente não é apenas uma questão técnica: é uma luta por direitos, dignidade e futuro.