Quando o assunto é o mês da mulher e o dia 8 de Março, existem três tipos de mulheres. As que detestam porque acham que significa “um dia para nós contra todos os outros para os homens”. As que adoram porque gostam de receber flores e aproveitar as liquidações especiais que fazem nessa data. E as que realmente sabem por que ele existe. Qual desses tipos você é?
Mas independente de como você encara esta data, resolvemos dedicar a coluna Papo Reto deste mês para destacar algumas das muitas mulheres de nossa cidade, desempenhando variadas funções. A primeira delas é Daiane Cristina Faustino Moreira, motorneira da EFCJ (Estrada de Ferro Campos do Jordão), onde trabalha desde 2014.
Daiane é Auxiliar de Odontologia mas decidiu ser operadora porque ama a história da ferrovia. “Amo a história da ferrovia pois foi construída para buscar a cura de pessoas com a doença tuberculose, e conforme fui fazendo o passeio e admirando o que os meninos faziam acabei me desafiando a estar ali, nesta mesma função”, explicou Daiane.
Desempenhando uma função que até então era considerada masculina, Daiane disse que os passageiros confiam nela sim. “Porém acham diferente e devido a isso, uma grande maioria quer tirar fotos comigo”, explicou.
Daiane contou que trabalhava no teleférico, em Campos do Jordão, mas com a concessão foi transferida para o transporte de circulação de trens.
Perguntamos ainda à Daiane se os companheiros de trabalho confiam no seu trabalho. “Sim, tem muitas piadas, muita gente foi contra, mas eu uso como peso por ter tentado e por fim ter conseguido desempenhar a função”, ressaltou.
Daiane acredita que desempenhar essa função abriu espaço para que outras mulheres se interessem pelo cargo. “Eu acredito que sim, as mulheres podem tudo. Certas coisas com mais dificuldades, porém não são impossíveis”, afirmou.
A Estradinha Inaugurada em 15 de novembro de 1914, a Estrada de Ferro Campos do Jordão nasceu com o objetivo inicial de transportar enfermos de Pinda para os sanatórios de cura em Campos do Jordão. Em 1924, a ferrovia foi eletrificada, substituindo as locomotivas a vapor e os trens movidos a gasolina por automotrizes elétricas. A partir da década de 1970, teve seu uso direcionado para o turismo e transporte de passageiros. Hoje, está vinculada à Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Governo do Estado de São Paulo.