TN – De onde você tira as histórias para as suas crônicas?
Toda obra literária, em verso ou prosa, nasce de uma inspiração que pode estar contida em uma palavra, imagem, som, lembrança… E o cotidiano é uma fonte que oferece inesgotáveis possibilidades. Basta estar atento para capturá-las e desenvolvê-las. Mas não é só isso. Toda obra literária deve ser caracterizada pelo surpreendente, pelo final inesperado, seja comovente, reflexivo ou cômico.
Algumas crônicas também nascem de assuntos sugeridos por amigos.
TN – São vivências próprias ou ficção?
A Literatura permite mesclar ficção e realidade, desde que a verossimilhança não seja comprometida. O autor tem uma bagagem de elixires existenciais. Por isso, em cada obra, por mais ficcional que seja, existe sempre um “cheirinho” do autor.
TN – Por que resolveu escrever?
Atrevi-me na Literatura aos onze anos, compondo toscos versos de amor, depois que meu avô paterno me presenteou com o Curso Prático da Língua Portuguesa, de Jânio Quadros, composto por três livros sobre Gramática e outros três sobre Literatura. Fiquei apaixonado pela poesia e pela prosa. Desde então, a Literatura passou a ser o refúgio do menino introvertido.
TN – Como você se sente ao ter ganho tantos concursos de crônicas e poesias?
Sinto orgulho por hastear o nome de Pindamonhangaba em vários Estados e países. Mas nenhum prêmio é maior ou melhor do que o reconhecimento do leitor. Muitas pessoas já me disseram que esperam ansiosas pelas quintas-feiras para lerem o “Proseando”. Esse é um prêmio de valor inestimável. É bom frisar que toda conquista se torna mais saborosa quando não a trocamos pela medalha da humildade.
TN – Você acha que é preciso maior incentivo às novas gerações para a leitura desses gêneros?
A cultura está desgastada. E a maneira de recuperá-la é através das boas semeaduras. As escolas do município, por exemplo, podem se apropriar do jornal Tribuna do Norte e trabalhar a coluna “Proseando” com os alunos. A coluna oferece textos divertidos e reflexivos. Às vezes, alguns trazem charadas com premiações. E como são textos curtos, acredito que possam capturar a atenção de quem os lê.
TN – Como influenciá-los à prática da escrita desses gêneros?
Há um trabalho maravilhoso desenvolvido pela professora Catarina da Escola Municipal Padre Mário Antônio Bonotti. Algumas vezes lá estive, a convite dela, batendo papo com os alunos. Ela trabalha algumas de minhas crônicas em sala de aula e, desse trabalho nasceu um livro com textos dos alunos. Maravilhoso! Exemplo a ser seguido.