
A osteopatia é uma abordagem terapêutica que busca restaurar o equilíbrio do corpo por meio de técnicas manuais. Criada no século XIX pelo médico Andrew Taylor Still, essa prática parte do princípio de que o organismo tem capacidade de se autorregular e se curar, desde que suas estruturas estejam em plena harmonia. No Brasil, apenas fisioterapeutas podem exercer a técnica, desde que tenham diploma do curso, que é presencial com duração entre 3 a 5 anos.
Diferente dos tratamentos de saúde tradicionais, que muitas vezes focam apenas nos sintomas, a osteopatia investiga a origem dos problemas. O fisioterapeuta osteopata utiliza suas mãos para identificar restrições de movimento nos tecidos, articulações e órgãos, realizando ajustes que melhoram a circulação sanguínea, a função nervosa e a mobilidade corporal.
A osteopatia tem diversas formas de abordagem, seja articular, onde age diretamente sobre o sistema musculoesquelético; a visceral, onde trabalha os órgãos e suas correlações com o sistema esquelético; e craniana, que trabalha os órgãos do sistema nervoso e sua relação com o organismo.
As técnicas osteopáticas são aplicadas com o uso das mãos para restaurar a mobilidade dos tecidos, aliviar dores e melhorar a função do corpo. As principais abordagens incluem técnica de manipulação articular (HVLA), que é uma técnica de alta velocidade, que algumas vezes gera o estalido e melhora a mobilidade articular; e técnicas de mobilização articular, que são realizados movimentos lentos e rítmicos para aumentar a amplitude de movimento e reduzir tensões. Estalar ou não uma determinada articulação nem sempre é necessário e o ouvir do estalido não quer dizer que a técnica deu certo ou não.
A osteopatia visceral é um ramo da osteopatia que se concentra nos órgãos internos. Estudos indicam que disfunções viscerais podem impactar sobre a coluna e causar dores musculoesqueléticas. Técnicas específicas ajudam a melhorar a mobilidade dos órgãos, reduzindo tensões e promovendo o funcionamento adequado do sistema digestivo, respiratório e cardiovascular. As técnicas utilizadas são de manipulação visceral direta ou indireta, técnicas de indução e de mobilização fascial. Vale lembrar que ainda são precisos mais estudos que confirmem a eficácia de algumas técnicas utilizadas.
Uma forma de abordagem e tratamento se dá através do nervo vago, que é um dos principais responsáveis pelo controle do sistema nervoso autônomo, influenciando funções como digestão, frequência cardíaca e resposta ao estresse. A osteopatia pode estimular esse nervo por meio de manipulações na região cervical e torácica, ajudando a reduzir inflamações e melhorar a comunicação entre o cérebro e os órgãos.
Dentre as melhorias que ocorrem no tratamento osteopático estão: da função digestiva, alívio de dores abdominais e torácicas, reduzindo desconfortos associados a cólicas e dores menstruais; regulação do sistema nervoso, através do sistema nervoso autônomo, ajudando na resposta ao estresse e na regulação de funções; melhoria da circulação sanguínea ao restaurar a mobilidade dos órgãos, favorecendo a vascularização e a oxigenação dos tecidos, além da melhora ocorrida no sistema musculoesquelético, nas articulações e dores ortopédicas.
Se você busca melhorar sua saúde, procure um fisioterapeuta que tenha formação presencial em osteopatia para uma avaliação. Cuidado com quem não tem diploma do curso e possa te expor a riscos.
A osteopatia, baseada em evidências científicas, tem se mostrado uma alternativa eficaz para diversos problemas de saúde. Seu foco na causa das disfunções, e não apenas nos sintomas, faz dela uma abordagem diferenciada e promissora. Cada técnica é escolhida de acordo com a necessidade do paciente, visando restaurar o equilíbrio do corpo e promover bem-estar.