A freguesa ruiva hippie entrou na cafeteria naquela manhã de outono, trazendo na mão um saquinho com sequilhos. Entregou para o dono do café e disse: “Acabei de fazer, cheguei há pouco de Minas Gerais e resolvi fazer algumas experiências gastronômicas.”
Na hora, me veio à lembrança os deliciosos sequilhos que minha avó paterna fazia. As avós sempre fazem docinhos maravilhosos! E nós adoramos.
Minha boca, na hora, encheu d’água. Pensei comigo mesmo: bem que o Paulo, dono do café, poderia vender esses sequilhos aqui…
Pedi meu cafezinho, aquele expresso bem feito e bem passado. Eu estava com um olho no café e outro nos sequilhos.
Não deu outra. Não sei se o Paulo percebeu, mas ele abriu o saquinho de sequilhos e me serviu. Experimentei um; ele derreteu na boca e deixou aquele gostinho de quero mais…
Peguei mais um, mergulhei no café, saboreei aquele sequinho fresquinho e delicioso, porém não tão delicioso como os da minha avó.
Quanta lembrança de infância aquele “sequilhinho” me trouxe! Ganhei o dia.
Saí de lá feliz e com um sabor doce e alegre na boca e no coração. Voltei outros dias para o meu cafezinho de todas as quartas-feiras, e nem sinal do sequilho. Acho que as experiências gastronômicas da hippie ruiva não deram certo…
Eu, porém, achei a receita de minha avó e fiz os sequilhos. Doce lembrança, doces sequilhos.