Muito antes de a iluminação natalina enfeitar praças e ruas, de as lojas estenderem seus turnos de trabalho até as 22 horas e de tirarmos os presépios e as árvores de Natal de nossos armários, o carteiro chega a minha casa com o esperado cartão de Natal do Dr. Francisco Piorino Filho!
A minha coleção de cartões de Natal do Dr. Piorino data de 2012, ano em que ingressei na Academia Pindamonhangabense de Letras, e, como confrades da nobre instituição literária de que ele é membro titular e um de seus mais atuantes presidentes, entrei na sua lista de destinatários anuais. Que honra para mim ter esse privilégio e, honra maior, contar com a amizade sincera e os sábios conselhos do decano da APL e de sua esposa, a tão querida D. Therezinha Villela Piorino.
À acadêmica Juraci e Família,
Feliz Natal e Santo 2024.
Francisco Piorino Filho e Therezinha
Nov/2023
Na postagem datada de 21 de novembro de 2023, Dr. Piorino enviou-me um belíssimo cartão-postal do Santuário e Escadaria de Bom Jesus, em Braga, Portugal, certamente uma relíquia de sua viagem à terra lusitana e, juntamente com ele, uma xerox de um artigo da página de HISTÓRIA da Tribuna do Norte, de autoria do nosso estimado confrade na APL, o jornalista Altair Fernandes Carvalho: “Pindamonhangaba e a guerra dos ratos”, publicado em 3 de maio de 2018. No verso da folha, o próprio Dr. Piorino redigiu: “Só para recordar, FP”.
Essas delicadezas natalinas do Dr. Piorino – o cartão e o artigo-presente de história de Pindamonhangaba – levaram-me a refletir sobre uma prática que, infelizmente, frente à evolução da tecnologia, ano a ano, tem se reduzido drasticamente em função da comunicação via e-mail, redes sociais ou WhatsApp: as postagens via correio! Cartas, cartões de Natal ou de viagens tornaram-se relíquias e quase ninguém mais faz uso desses meios de comunicação físicos para transmitir mensagens aos outros.
Entretanto, aqueles que viveram um período significativo da vida no século 20 sabem da alegria de escrever ou de receber uma carta, de colecionar selos postais (outra prática quase extinta no Brasil), ou de aguardar ansiosamente o carteiro chegar com a tão sonhada resposta a uma carta enviada para o outro canto do mundo.
Natal é tempo de recordarmos (do latim “recordare”, deixar passar de novo pelo coração) essas pequenas delicadezas vividas, as boas lembranças em família, os sapatinhos debaixo da árvore de Natal à espera do presente de papai Noel, o presente jamais esquecido, a praça repleta de crianças brincando com os patinetes, as bolas, os velocípedes, as bicicletas, os carrinhos, as bonecas ou outros presentes que o “bom velhinho”, ao ler nossas cartinhas caprichosas, incumbia-se de nos trazer.
Dentro do relicário do verdadeiro sentido de Natal – o nascimento do menino-amor, do menino-luz, do menino-sabedoria, do menino-perdão, do menino-Deus em nossos corações –, guardo esses cartões de felicitações do amigo e confrade Francisco Piorino Filho. Quando eles chegam a minha casa a cada ano, com eles chega o primeiro mensageiro de que o Natal se aproxima. Vasculho a casa-memória, retorno à minha infância, recordo meus pais e irmãos celebrando o Natal e, dentro de mim, escrevo minha cartinha ao menino-Deus: Jesus, abençoe o Dr. Piorino e D. Therezinha, essas duas vidas tão preciosas que, por onde passam, espalham a luz do Seu amor no mundo.