Durante muito tempo me proibi contar o que aconteceu, pois receava que alguém duvidasse da minha sanidade mental. Porém, com o amadurecimento dos anos, minha preocupação com a opinião alheia se desintegrou.
Ciclista de finais de semana, certa vez, pedalando pela Estrada Municipal José Machado de Andrade, resolvi passear pelo Parque Natural Municipal do Trabiju. Chegando lá, deixei a bicicleta nas proximidades da administração, cumprimentei a Duda, Secretária do Meio Ambiente que estava numa das cinco ocas conversando com o Luis Cláudio do Portal R3, e caminhei para contemplar as belezas da natureza.
Levei comigo a melhor câmera, aquela que registra tudo no coração: meu par de olhos. Pelo caminho encontrei tartaruguinhas, aranhas e sapinhos dourados harmonizados na vegetação. Depois de atravessar a ponte pênsil, fiquei indignado: encontrei latas de bebidas descartadas na mata. Recolhi cada uma delas e prossegui. Mais adiante, garrafas de plástico e outros lixos. Armazenei tudo na mochila onde carregava água e alguma fruta.
Em certo trecho vi uma árvore recheada de gaturamos-bandeira, capitães-de-saíra e outros passarinhos. Debaixo, uma nuvem de borboletas coloridas. Enquanto contemplava aquelas maravilhas, uma lebre azul passou por mim. Era linda demais. Fui atrás dela.