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O Poder do Cuidado – Quando o Voluntariado Transforma Vidas

Em meio ao turbilhão de diagnósticos, prontuários e protocolos, há algo que não se mede com exames laboratoriais: o impacto humano. O trabalho voluntário na área da saúde é a prova viva de que, mesmo diante da dor, há espaço para o afeto, para o sorriso e para a esperança. E é justamente nesse espaço — entre o bisturi e a mão estendida — que a mágica acontece.

Imagine um paciente em tratamento oncológico. A rotina é dura, os efeitos colaterais são cruéis, e o emocional oscila como uma montanha-russa. Agora imagine que, ao chegar para mais uma sessão de quimioterapia, ele é recebido por um voluntário que lhe oferece um café, uma conversa leve, talvez até um violão dedilhando uma canção. O ambiente muda. O hospital deixa de ser apenas um lugar de cura física e passa a ser também um refúgio emocional. O voluntário não cura o câncer, mas cura o silêncio, a solidão, o medo.

O voluntariado na saúde é mais do que uma ação solidária — é uma revolução silenciosa. São pessoas que, sem obrigação profissional, escolhem doar tempo, escuta e presença. E essa escolha reverbera. Estudos mostram que pacientes que recebem apoio emocional têm melhor adesão ao tratamento, menos episódios de depressão e até recuperação mais rápida. Mas além dos números, há histórias. Há olhares que brilham, há mãos que se apertam, há vínculos que se criam.

E não pense que o voluntário sai ileso dessa troca. Ao contrário: ele é transformado. Ao ouvir relatos de superação, ao testemunhar a força de quem luta pela vida, o voluntário redimensiona seus próprios problemas, aprende sobre resiliência e descobre que a empatia é um músculo que se fortalece com o uso. É um aprendizado que não se encontra em livros, mas em corredores de hospital, em salas de espera, em gestos simples.

É preciso, sim, valorizar os profissionais da saúde — médicos, enfermeiros, técnicos — que são pilares do sistema. Mas é urgente reconhecer o papel dos voluntários como agentes de humanização. Eles são os que enxergam o paciente além do diagnóstico, que chamam pelo nome, que lembram da história, que oferecem o que a medicina, por vezes, não alcança: o cuidado emocional.

Se você nunca pensou em ser voluntário, pense agora. Não é preciso ter formação específica, apenas disposição para ouvir, acolher e estar presente. Seja em hospitais, casas de repouso, unidades de saúde ou projetos comunitários, há sempre alguém esperando por um gesto seu. E esse gesto, por menor que pareça, pode ser o ponto de virada na vida de alguém.

Porque no fim das contas, o que cura não é só o remédio. É o afeto. É o encontro. É a certeza de que, mesmo em tempos difíceis, há mãos estendidas, há corações abertos, há pessoas que escolhem cuidar. E isso, caro leitor, é o que torna o voluntariado na saúde uma das mais belas expressões da humanidade.

Que tal começar hoje?

Construindo cidadania

Roberto Ravagnani
Roberto Ravagnani
Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista, radialista e consultor. Voluntário como palhaço hospitalar há 17 anos, fundador da ONG Canto Cidadão, consultor associado para o voluntariado da GIA Consultores para América Latina e sócio da empresa de consultoria Comunidea.
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