Havia, na estante alta de uma das salas da casa de meus avós paternos, um oratório de Menino Jesus de Praga.
Quando eu era criança, achava um mistério solene, aquele pequeno altar. O pequenino Menino, com sua coroa dourada, manto vermelho, parecia estar sempre olhando direto para mim, até mesmo quando eu me escondia atrás da cortina.
O oratório tinha portas de madeira escura entalhada que se abriam como braços. Lá dentro a imagem do Menino Jesus repousava sobre uma toalhinha de crochê branca confeccionada pelas mãos hábeis de minha querida avó.
Para mim era um teatro silencioso em que o pequenino infante reinava com sua roupinha branca e manto de veludo vermelho bordado de dourado. Na mão direita segurava o globo terrestre com uma cruz e com a mão direita erguida parecia estar abençoando a todos.
Minha avó contava que Ele era o protetor das famílias. E quem confiasse no Menino Jesus de Praga não passaria necessidade. Baixinho minha avó rezava, pedindo saúde, paz e coragem. Eu não entendia muito bem, agora entendo e sigo a devoção ao pequeno grande Menino Jesus de Praga.
Hoje, o oratório do Menino Jesus de Praga está comigo, em lugar de destaque na minha casa, a madeira envelheceu, a toalhinha amarelou, mas o Menino continua erguendo a mão miúda, abençoando tudo em volta.
Ele continua a me olhar e proteger em qualquer lugar que eu vá.
“Divino Menino Jesus de Praga rogai por nós”.








