
Em um ano em que rotinas foram reviradas e certezas abaladas, o Natal surge novamente diante de nós — não como um acontecimento automático, mas como uma escolha. A escolha de ver, neste período, mais do que luzes piscando ou vitrines chamativas. O Natal nos convida a revisitar valores que, ao longo dos meses, tantas vezes deixamos pelo caminho: a esperança, a solidariedade e a capacidade de enxergar beleza mesmo nos dias difíceis.
Não se trata de ignorar desafios, tampouco de vestir um otimismo ingênuo. A proposta é outra: reconhecer que, apesar das tensões e dos cansaços, ainda somos capazes de cultivar o que nos sustenta emocionalmente. O Natal se torna, assim, um espaço simbólico para respirar, reorganizar sentimentos e lembrar que a humanidade resiste melhor quando se apoia mutuamente.
Encarnar um Natal positivo é buscar, nos gestos mais simples, o que há de mais transformador. É perceber que uma palavra de acolhimento pode iluminar mais do que qualquer enfeite. Que uma reconciliação tardia vale mais do que presentes. Que o encontro — presencial ou à distância — continua sendo o nosso elo mais poderoso.
Neste ano, mais do que comemorar, somos convidados a refletir. O Natal não é apenas uma data no calendário: é um exercício de escolha. Escolher enxergar oportunidades onde vemos problemas. Escolher gentileza onde há pressa. Escolher esperança onde o cansaço insiste.
Porque, no fim, o Natal que vivemos é o Natal que decidimos construir.








