Hoje me veio à memória Natais passados, mais precisamente nos anos 70. Quando não havia Internet, redes sociais, Instagram, entre outras modernidades cibernéticas. O Natal começava antes mesmo de dezembro, quando as vitrines ainda não estavam decoradas com luzinhas coloridas e o cheiro de panetone não pairava no ar. Era quando chegava, pelo correio, o primeiro cartão de Natal. O envelope tinha uma escrita caprichada, letras desenhadas com cuidado, como se cada uma fosse um presente embrulhado. Abrir o envelope era quase um ritual.
Tenho saudades dos cartões de Natal que meu tio Roberto (irmão mais velho de meu pai) nos enviava. Eram cartões por ele criados, pintados à mão em aquarela, personalizados, lindos, coloridos, alegres e divertidos; uns mais singelos, outros mais rebuscados, com cenas de Natal, árvore de Natal, vitrais, personagens do presépio, bolas de Natal. Estes cartões traziam uma mensagem especial para cada pessoa a quem era dirigido.
Desenhados pelas hábeis mãos do querido tio, sempre chegavam à véspera do Natal e enchiam meu coração de alegria e carinho. Logo que chegavam, eu os colocava em lugar de destaque na mesinha do hall de entrada. Cartões dignos de serem emoldurados e fixados na parede de tão lindos; quanto amor, quanto carinho, quanta alegria haviam naqueles cartões…
Infelizmente, não fiquei com nenhum daqueles cartões. Porém, eles ficaram marcados em minha memória e hoje me vieram à tona trazendo lembranças boas dos Natais que não voltam mais… Obrigada, querido tio, por momentos de ternura que me proporcionou com seus cartões e seu carinho.
Abaixo, a reprodução de uma das pinturas de uns dos cartões que recebi do querido tio. Tentei reproduzir o mais fiel possível.