
Fisioterapeuta formado há 20 anos,
possui especialização em Ortopedia
e traumatologia, Osteopatia e
Acupuntura. É sócio da Azzera
Clínica, Clínica multidisciplinar em
Pindamonhangaba
O Dia do Beijo, comemorado no Brasil no dia 13 de abril, é uma data especial para celebrar o carinho e o afeto entre as pessoas, seja com um beijo de amor, amizade ou afeto familiar. Ele nos convida a refletir sobre a complexidade de um gesto que parece tão simples. Mas você sabia que este ato envolve muito mais do que romance e cultura?
O Dia do Beijo foi popularizado como uma maneira de promover afeto, carinho e conexão entre as pessoas, mas não tem uma data de origem exata. A data funciona como um lembrete da importância de demonstrarmos nossos sentimentos por meio desse gesto simbólico. No entanto, o ato de beijar pode significar desde uma demonstração de afeto, como um gesto de selar um acordo, parte de um ritual religioso ou uma simples saudação.
Por mais breve que seja, um beijo amoroso utiliza cerca de 34 músculos da nossa face e em torno de 112 músculos posturais — neste sentido, é como um treino leve para o rosto. O protagonista do ato é o músculo orbicular da boca, responsável por movimentar os lábios. Um beijo apaixonado pode queimar cerca de 2 a 3 calorias por minuto. Essa coreografia muscular revela o quão complexo o beijo é do ponto de vista fisiológico.
Além disso, o beijo desencadeia uma cascata de sensações pelo corpo e emoções. Ele ativa receptores nervosos na pele, especialmente nos lábios, que são altamente inervados, enviando sinais de prazer ao cérebro. Beijar libera uma mistura de hormônios que nos fazem sentir bem, como a dopamina, oxitocina e endorfina, que aumentam a felicidade, fortalecem os laços emocionais e até mesmo aliviam o estresse. Em beijos mais intensos ou emocionantes, a adrenalina pode ser liberada, acelerando o batimento cardíaco e proporcionando aquela sensação de “frio no estômago”.
Psicologicamente, o beijo cria e estimula conexões emocionais, podendo aumentar a intimidade entre as pessoas. Traz à tona memórias, ativa o sistema de recompensa do cérebro e reforça sentimentos positivos. Um beijo apaixonado também pode reduzir os níveis de cortisol — o hormônio do estresse — promovendo uma sensação geral de bem-estar.
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o ato de beijar pode ser interpretado como uma expressão de emoções e energia vital. A MTC acredita que as emoções estão profundamente conectadas aos órgãos e ao equilíbrio energético do corpo. Cada emoção está associada a um órgão e elemento específico, e o excesso ou repressão emocional pode levar ao desequilíbrio energético, contribuindo para doenças físicas e mentais.
Por exemplo, a alegria, frequentemente associada ao beijo, está ligada ao elemento Fogo e ao meridiano do coração. Quando equilibrada, essa emoção promove entusiasmo e estabilidade emocional. Além disso, o beijo pode ser visto como uma prática que estimula o fluxo de energia (Qi), promovendo bem-estar e conexão emocional.
O beijo na boca é um gesto maravilhoso, mas também requer atenção para garantir que seja saudável e seguro. Doenças como herpes labial, mononucleose (conhecida como “doença do beijo”), candidíase oral, infecções causadas pelo HPV e, em casos raros, até cáries podem ser transmitidas pelo contato direto da saliva. Dentistas frequentemente alertam sobre a importância de manter uma boa higiene bucal, realizar check-ups regulares e evitar compartilhar utensílios para prevenir problemas de saúde relacionados ao beijo. Por isso, cuidar da higiene bucal e evitar beijos em situações de infecção ativa é essencial.
Mais do que um gesto de amor ou amizade, o beijo é uma fusão de emoção, ciência e conexão humana. Adotar alguns cuidados pode garantir que você aproveite plenamente os prazeres e as conexões emocionais que o beijo proporciona, sem preocupações desnecessárias. Saúde e romance podem andar juntos, concorda?