
Foi na edição do dia 4 de outubro de 1908 que a Tribuna do Norte foi às ruas da Pindamonhangaba daquela primeira década de 1900 com a dolorosa notícia da perda literária que o Brasil acabava de sofrer com a morte de Machado de Assis.
Nas edições da Tribuna daquele tempo havia uma coluna denominada “Notícias Diversas”, destinada aos acontecimentos importantes, fossem do município, de qualquer parte do Brasil ou do mundo. Nessa coluna assim foi divulgado o desencarne de Assis:
“No dia 29 de setembro faleceu no Rio de Janeiro o conhecido literato Joaquim Maria Machado de Assis, poeta e romancista de incontestável merecimento. Era considerado o mestre dos escritores nacionais. Os inúmeros trabalhos que deixou, e nos quais ficaram expressos seus profundos conhecimentos sobre a literatura antiga e moderna, e muito particularmente sobre a língua vernácula, que sabia manejar como ninguém, – deram-lhe o primeiro lugar na imensa e gloriosa falange que no país, tem lavrado o campo literário. Colheu ali muitas e riquíssimas coroas de louro, com as quais conquistou um nome imperecível e prestou à pátria o inestimável serviço de deixar consignado, em documentos preciosos, o elevado grão de cultura da geração atual. A morte de Machado de Assis, que aliás era esperada, repercutiu dolorosamente por todo o país.”
O Brasil de luto. A morte do jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo Machado de Assis, aos 69 anos, foi sentida por todo o Brasil literário, sendo decretado luto oficial no país.