Neste mês de setembro, temos a campanha de atenção ao suicídio, onde problemas como depressão e ansiedade, por vezes, estão associados. Este é um problema que acomete grande parcela da população mundial e piorou após a pandemia, onde o mundo ainda não se recuperou do impacto da Covid-19, e o Brasil configura como um dos países mais afetados. A pandemia teve um impacto significativo na saúde mental devido a uma série de fatores estressantes, como isolamento social, preocupações com a saúde, incertezas econômicas e perda de entes queridos. Contudo, nos últimos anos, a ciência tem avançado significativamente no tratamento da ansiedade e da depressão, trazendo novas esperanças para milhões de pessoas ao redor do mundo e, assim, tentando diminuir o número de suicídios.
São várias as linhas de tratamento para esses problemas emocionais, onde novos estudos estão em prática. Uma das novidades no tratamento da depressão são as terapias psicodélicas. Pesquisas recentes indicam que substâncias psicodélicas, como a psilocibina, podem ser eficazes no tratamento da depressão, quando esta é resistente aos tratamentos convencionais, especialmente em casos de depressão severa. Esses tratamentos ainda estão em fase experimental, mas os resultados iniciais são promissores.
Além dos antidepressivos tradicionais, novos medicamentos estão sendo desenvolvidos para tratar a depressão e a ansiedade. Os antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina, são frequentemente prescritos para tratar a depressão e a ansiedade. Esses medicamentos ajudam a equilibrar os neurotransmissores no cérebro, aliviando os sintomas.
Uma forma de psicoterapia que ajuda os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos disfuncionais, que tem sido muito eficaz, é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Ela é eficaz tanto para a depressão quanto para a ansiedade, ajudando os indivíduos a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A TCC continua em sua evolução, aliando novas abordagens que combinam técnicas tradicionais com inovações tecnológicas, como aplicativos de saúde mental e terapia online. Essas ferramentas tornam o tratamento mais acessível e conveniente para muitos pacientes.
Há um crescente reconhecimento da importância de terapias holísticas no tratamento da saúde mental. Práticas como meditação, yoga e mindfulness podem complementar os tratamentos médicos e psicoterapêuticos tradicionais, melhorando o bem-estar geral. Combinar psicoterapia com medicamentos pode ser mais eficaz do que usar apenas um tipo de tratamento. Essa abordagem integrada permite que os pacientes se beneficiem dos efeitos imediatos dos medicamentos enquanto trabalham em mudanças de longo prazo através da terapia.
A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a combater a depressão e a ansiedade, pois apresenta vários benefícios para a saúde mental e física. A atividade física aumenta a produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que estão associados ao bem-estar emocional. Estimula, também, a produção de endorfinas, hormônios naturais que geram bom humor e podem ajudar a manter o estresse e a depressão longe. Exercitar-se também reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, proporcionando um efeito calmante no corpo e na mente.
Uma equipe de pesquisadores australianos, espanhóis, dinamarqueses e finlandeses divulgou um trabalho que mostra que os exercícios são até 50% mais eficazes do que os efeitos da medicação prescrita por médicos para a prevenção e o tratamento da depressão. Ainda concluíram que caminhada, corrida, ioga, treinamento de força e dança estão no topo da lista das práticas mais eficazes no combate à doença.
Atualmente, existem vários tratamentos baseados em evidências que oferecem opções para indivíduos que sofrem de depressão e ansiedade se tratarem, permitindo uma abordagem personalizada e eficaz para cada caso. Não se tratar, não é uma opção.