
é palestrante, jornalista,
radialista e consultor.
Voluntário como palhaço
hospitalar há 17 anos,
fundador da ONG Canto
Cidadão, consultor associado para o
voluntariado da GIA Consultores para
América Latina e sócio da empresa de
consultoria Comunidea.
O terceiro setor parece, aos olhos de quem está fora dele ou o vê de forma superficial, um lugar bonito e simples de se “viver”. No entanto, como qualquer outro mercado de trabalho, é um corre-corre e envolve muita disputa, tanto interna quanto externa. Como qualquer outro mercado, é feito por pessoas, que tendem a colocar disputa e competição em quase tudo, não sendo diferente de qualquer outro setor.
Mas temos o voluntariado. Este, sim, parece ter um espaço tranquilo e livre desse tipo de “ameaças”, pois todos estariam apenas em busca da construção de um mundo melhor, com pessoas cheias de alto astral e bom coração. Certo? Errado.
AVISO – Esta coluna trata de uma percepção global e aqui não cabe ataques a nenhuma organização específica ou às pessoas, pois, se fosse este o caso, seria uma coluna investigativa. Não tenho tino jornalístico para isso, mas sim para alertar sobre nossos equívocos na condução de alguns assuntos.
Vamos ao assunto que me traz aqui toda semana: o voluntariado. Este é um segmento onde a união deveria prevalecer, com ações em conjunto de forma nacional e internacional. No entanto, vemos ações isoladas e com poucas pontas unidas. No todo, é fragmentado e focado em fazer mais do mesmo, com pequenos lampejos de criatividade, de uma forma geral desgovernada no sentido da gestão.
Na maioria dos congressos e seminários do próprio terceiro setor na América Latina, não vemos falas ou momentos importantes dedicados à gestão do voluntariado. Outros assuntos são considerados mais importantes, como, por exemplo, a captação de recursos e tecnologia, que são as mais procuradas.
ATENÇÃO – Mais uma vez, não estou dizendo que um assunto é mais importante que outro. Estou afirmando que todos são importantes e deveriam ser tratados com igualdade, até porque um interfere no outro de forma direta, estando coligados.
Eu, modestamente, busco com minhas colunas e minha atividade de advocacy, que exerço há 23 anos, trazer luz para este assunto, não somente com a escrita e a fala, mas com atitudes, buscando alinhavar parcerias com diversos atores que tratam do voluntariado ou que têm espaço para este assunto.
Isto foi quase um desabafo, pois, efetivamente, se não houver união, principalmente no terceiro setor e mais ainda no voluntariado, nosso destino está fadado a ser destruído por aqueles que pregam construir um mundo melhor para todos.
Irônico, se não fosse triste, mas como tudo tem um lado bom, o terceiro setor está repleto de pessoas com inteligência humana à flor da pele, desejo de fazer acontecer, desamarrado de travas de mercado e políticas, revolucionários para o bem. Basta UNIÃO para que isso tudo aconteça.