
No dia 10 de julho, não é apenas Pindamonhangaba que comemora aniversário. Como em qualquer outra data, pessoas nasceram, morreram, se casaram ou viveram algo digno de ser lembrado todos os anos. Neste último exemplo, Maria Aparecida e Thieer completam 60 anos de casados neste ano. Eles se conheceram em um baile no clube Ferroviária, que na época ficava onde hoje funciona o Supermercado Excelsior. Foi no carnaval de 1964 — e foi paixão à primeira vista, ou melhor, à primeira dança. O reencontro veio pouco depois, graças à ajuda de um amigo, como lembra Maria Aparecida: “Um dia, um amigo dele chamado Cláudio falou para mim assim: ‘Olha, Cidinha, aquele moço que dançou com você quer conversar com você’. E daí ele veio conversar e não paramos mais”.
Maria Aparecida da Silva Moreira, hoje com 77 anos, e Thieer Moreira, de 84, namoraram por um ano antes de se casar. A mãe de Maria Aparecida era bastante protetora, especialmente por causa da diferença de idade entre os dois. Na época, Maria tinha 17 anos e Thieer, 24. Os encontros eram bastante regulados — aconteciam entre as cinco e seis horas da tarde, e terminavam antes das oito, hora em que Maria precisava voltar para casa. Finalmente, em 10 de julho de 1965, o casal conseguiu se casar e, desde então, nunca mais se separaram.
Eles tiveram dois filhos: Thieer Moreira Junior e Vanise Moreira Mousinho, e quatro netos. Influenciados pela família de Thieer, tanto ele quanto Maria se formaram professores. No entanto, apenas ela seguiu no magistério, carreira na qual permaneceu por 35 anos. Os dois começaram os estudos juntos, mas Maria precisou interrompê-los por conta da gravidez da segunda filha. Com o nascimento de Vanise, foi Thieer, já formado, quem assumiu os cuidados da menina para que a esposa pudesse concluir a formação.
Sete anos após o casamento, o casal comprou a casa onde vive até hoje — uma pequena residência geminada, próxima ao Bosque da Princesa, na região central da cidade — que foi ampliada com o passar dos anos. Maria Aparecida lembra que a casa sempre foi um espaço aberto para toda a vizinhança: “O sossego era muito grande. A casa vivia aberta e entrava todo mundo aqui. Eu deixava tudo pronto em cima do fogão, vinha ele [Thieer Junior] comer com os amigos dele aqui. A porta da rua era aberta e não tinha perigo. Era perto do Bosque, eles brincavam, e há pouco que sentiam fome, vinham aqui em casa comer”.
Quando perguntada sobre qual o “segredo” para tanto tempo juntos, Maria Aparecida foi enfática: “Muito amor”. “Tem que gostar muito do outro, porque vêm altos e baixos da vida, né? Porque são duas pessoas que vieram de família diferente. Ele teve uma criação, eu tive outra. Até se juntar demora, viu? Tem que ter compreensão, paciência, tolerância, como tem até hoje”, afirmou.
Maria ainda relembra que o início não foi fácil. Mas, juntos, ela e Thieer foram construindo a vida a dois com esforço e parceria: “Ele tinha nada, nem eu. Dois pobres, filhos de trabalhadores. Nós construímos depois, casados. Não casei com tudo isso, não. Fomos construindo tudo isso aqui”.
O casal convida a comunidade para a missa em celebração aos 60 anos de casamento, que será realizada no dia 12 de julho, às 19 horas, na Igreja de São Judas Tadeu.