
No “Dia Internacional da Mulher”, rememora-se o fatídico 8 de março de 1857, data em que as operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque ocuparam o local em que trabalhavam reivindicando: a redução na carga de 16 horas diárias de trabalho para dez, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho! A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. Essa barbárie só foi relembrada em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, em que ficou decidido que, em homenagem àquelas tecelãs, o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”!
Desde que foi oficializada esta data pela ONU – Organização das Nações Unidas -, em 1975, na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe, um dia extirpar o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, mais de um século e meio depois do protesto das tecelãs, mulheres ainda sofrem com salários baixos, violência masculina, feminicídio, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado.
Em nosso país, as conquistas das mulheres têm transformado a nossa história! A título de exemplo, podemos citar o dia 24 de fevereiro de 1932 como um marco na história da mulher brasileira. Nesta data, foi instituído o voto feminino. As mulheres, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, conquistaram o direito de votar e de serem eleitas para cargos no executivo e legislativo. A primeira mulher a se cadastrar na Justiça Eleitoral Brasileira foi Celina Guimarães Viana (1890 – 1972), potiguar de Mossoró – RN, que, além desse feito, também exerceu protagonismo ativista em seu trabalho, sendo uma professora que, naquele início de século, praticava uma educação progressista e, além disso, também exercia o papel de juíza de futebol.
Na Princesa do Norte, a conquista da mulher ao voto feminino logo se fez valer, entretanto, o direito a cargo político só ocorreu em 1969, quando Maria do Carmo Santos Gomes – Dona Carminha, como era conhecida – conquistou uma cadeira como suplente na 6ª Legislatura (1969/1972) da Câmara Municipal de Vereadores em Pindamonhangaba!
Em 76 anos de Legislatura Municipal (1948 – 2024), tivemos outras nove mulheres atuando como vereadoras titulares ou suplentes: Maria Ignez Amadei Zan (7ª Legislatura – 1973/1978), Therezinha Schirley Causso Campos (9ª Legislatura – 1983/1988 e 10ª Legislatura – 1989/1992), Maria Julieta Goffi de Andrade Sandim Chichoski (10ª Legislatura – 1989/1992), Cícera da Conceição Santos Santana (13ª Legislatura – 2001/2004), Maria Elisabete Bassi e Myriam Alckmin Ramos Nogueira (14ª Legislatura – 2005/2008), Geni Dias Ramos (15ª Legislatura – 2009/2012), Gislene Cardoso (17ª Legislatura – 2017/2020) e Regina Célia Daniel Santos (18ª Legislatura – 2021/2024).
A história dessas mulheres na política da Princesa do Norte muito nos honra, pois sabemos o quanto elas lutaram por uma vaga no Legislativo e, lá chegando, o trabalho que desenvolveram em prol de políticas públicas destinadas ao bem social e econômico de mulheres pindamonhangabenses. Certamente, essas dez vereadoras teceram a bandeira da política feminina na Princesa do Norte, e, graças ao trabalho delas, sonhamos com o dia em que teremos a 1ª mulher como prefeita! Para isso, é preciso luta, conscientização e, sobretudo, um trabalho de base junto às mulheres e, de modo especial, junto às garotas das novas gerações, em favor do protagonismo feminino no Legislativo e Executivo Municipal, Estadual e Federal almejando políticas públicas assertivas para as mulheres do nosso tempo!