Os trabalhadores da Gerdau de Pindamonhangaba/SP fizeram uma mobilização de duras horas nesta quarta-feira, dia 2 de julho, em defesa dos empregos na unidade.
A direção da empresa não anunciou volume de demissões ao Sindicato dos Metalúrgicos, porém, a categoria está apreensiva com a baixa produção da unidade, que sente os reflexos da instabilidade global no ramo do aço.
A ampliação das taxas de importação de aço nos EUA não tem impacto direto em Pinda. De tudo que a cidade exporta para 55 países, 4% é de aço para os EUA. O problema, segundo relatos das empresas ao Sindicato, é o quanto essa medida do presidente Donald Trump provoca uma entrada maior de aço vindo da China para o Brasil.
O Governo Federal renovou a sobretaxa de 25% para reduzir essa importação de aço e ampliou a lista para mais quatro tipos de produtos de aço, agora são 23 no total. A Gerdau tem posição favorável entre as siderúrgicas brasileiras, pois tem unidades nos EUA e suas ações inclusive aumentaram de valor após o anúncio de Trump.
Segundo o presidente do sindicato, André Oliveira, o objetivo do ato é chamar atenção da empresa para que ela considere essa posição global favorável da Gerdau para manter os empregos aqui nesse momento de dificuldade. “O Sindicato tem acompanhado de perto o ritmo de produção em Pinda, discutido constantemente com a empresa, e tentando ao máximo atrasar o impacto desse cenário sobre os trabalhadores aqui. Não podemos aceitar que uma empresa que continua mantendo bons níveis de pagamentos aos acionistas, com preço das ações até subindo, não considere isso na hora de preservar sua mão de obra”, disse.
A Gerdau de Pinda atua no ramo do aço com foco no setor automotivo e emprega cerca de 2.500 funcionários.
Pinda é a cidade mais metalúrgica do Vale do Paraíba, com 22% da mão de obra, 8.325 trabalhadores. O segmento siderúrgico continua sendo o que mais emprega, com 3.172 empregados, incluindo fundição e forjaria, número que se mantém desde o início do ano.
