A palavra manufatura vem de um tempo em que todo o processo de fabricação era realizada pela ação apenas das mãos humanas (Mano – Mão e Fatura – Fabricação). Hoje todos sabem que as máquinas são as responsáveis por realizar a maior parte da fabricação.
Dentre as diversas formas de realizar a manufatura, a mais recente e mais versátil forma de fabricar objetos é via a manufatura aditiva, principalmente pela técnica conhecida popularmente de Impressão 3D. A manufatura aditiva herdou a responsabilidade de mudar o mundo de uma forma apenas imaginada nas mentes de escritores de ficção científica e na persistência voraz dos cientistas modernos.
Quando pensamos em impressão 3D tem-se a ideia, não muito precisa, de que é algo simples quase sempre relacionado a coisas de pouca importância. A impressão 3D é capaz de ir muito além disto, as pesquisas atuais nesta área abrangem uma quantidade ilimitada de materiais e aplicações diversas em quase todas as áreas do saber, que vão de aplicação na didática até em construção de órgãos com tecido vivo.
Na indústria a manufatura aditiva tem uma importância ainda maior devido a sustentabilidade (recursos naturais e energia), isso porque a palavra aditiva neste tipo de manufatura é devida justamente ao processo de adição (colocar, somar ou acrescentar) matéria-prima no momento da fabricação. Este processo é realizado pela fabricação camada por camada, realizando primeiro a camada nos eixos X e Y (área) e depois construindo a próxima camada sobre esta anterior compondo a espessura no eixo Z (altura), desta forma, um objeto é construído pela composição de diversas camadas sobrepostas. Quanto maior o número de camadas e menor a espessura (altura) melhor a qualidade e precisão do objeto fabricado.
Com um começo muito discreto na década de 80, o pesquisador Charles “Chuck” Hull inventou as primeiras impressoras 3D que utilizavam resinas e, se popularizou a partir dos nos anos 2000, com as primeiras impressoras 3D em plástico fundido. Depois com o surgimento das impressoras 3D em metal, as quais hoje tem substituído muitos processos de fabricação tradicionais (manufatura subtrativa) principalmente quando os projetos envolvem alta complexidade.
Atualmente o aperfeiçoamento destas máquinas permitem construir de forma mais econômica, mais rápida e mais eficiente diversos componentes e peças da indústria, quer seja em metal, plástico ou resinas.
Com os esforços científicos e tecnológicos nesta área de pesquisa, as técnicas de impressão 3D permitem hoje explorar de forma significativa uma revolução na medicina, permitindo construir, a partir de “células-tronco” e utilizando material biológico, importantes estruturas, tais como: tecidos, ossos, cartilagem, pele, parte de órgãos, e no futuro próximo, um órgão completo que não terá rejeição pelo fato de utilizar as células da própria pessoa.
Na engenharia, hoje é possível construir em metal diversas partes importantes da indústria automotiva e aeroespacial, incluindo a possibilidade de ajudar de forma ainda mais significativa na exploração espacial permitindo aos astronautas construir peças de reposição e outros artefatos necessários utilizando inclusive matéria disponível nos planetas explorados.
Os estudantes na Fatec de Pindamonhangaba têm à disposição um laboratório especial chamado “Maker” que possui impressoras 3D em plástico destinadas à construção de protótipos. Os estudantes são incentivados a desenvolver e construir seus projetos, testando os modelos 3D digitais em estruturas físicas reais, permitindo grandes avanços no conhecimento prático das disciplinas.
Nos cursos de Projetos Mecânicos, Gestão de Negócios e Inovação, Processos Metalúrgicos, Mecânica – Processos de Soldagem e Manutenção Industrial os estudantes são encorajados a conhecer, aprender e utilizar este importante tipo de manufatura em sua formação profissional para moldar o mundo de hoje, e principalmente o de amanhã.