Com o crescente número de casos de dengue ocorrendo no Brasil e em nosso município, acho interessante conversarmos um pouco sobre as consequências dessa infecção viral, causada pela picada do mosquito Aedes Aegypt. O vírus da Dengue pode infectar o mesmo indivíduo diversas vezes, agravando os sintomas com mais severidade a cada nova infecção. Vários órgãos podem ser acometidos em casos mais graves, o que pode provocar uma resposta exacerbada ao vírus. Como consequência de reinfecção, aumenta o risco de dengue hemorrágica, de choque circulatório, complicações viscerais, entre outras, que se não tratadas a tempo podem levar à morte.
Os sintomas mais comuns são a manifestação de febre alta, em torno de 39°C a 40°C, com início repentino, seguida por cefaleia (dor de cabeça), dor muscular generalizada, prostração, dor nas articulações, perda de peso, fraqueza, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, manchas avermelhadas pelo corpo e coceira. O fígado é um dos órgãos mais afetados que pode ter aumento no seu tamanho, acompanhado de dor. Além disso, pode acontecer um quadro de hepatite ou insuficiência hepática aguda, por conta da resposta imune desregulada em razão da infecção viral, o que torna a irrigação no órgão escassa. Nos casos mais graves pode ser necessário um transplante do órgão.
O sistema nervoso central e periférico também pode ser acometido pela infecção do vírus, podendo afetar o cérebro causando complicações, como encefalopatia, encefalite meningite asséptica ou sangramento intracraniano. Se o vírus acometer a medula espinhal e nervos do corpo, resultando em uma síndrome chamada Guillain-Barré, inflamam e podem causar fraqueza e paralisia muscular irreversível.
Outros órgãos e vísceras também podem ser infectados, como o coração, que pode causar miocardite (inflamação do músculo cardíaco) ou pericardite (inflamação na membrana que envolve o coração); no rim pode causar doença renal aguda, ou insuficiência renal aguda, que é quando o rim perde a capacidade de filtrar o sangue e eliminar as substâncias que podem ser tóxicas para o organismo; no pulmão pode ocorrer derrame pleural, que é o acúmulo de líquido no espaço em que fica a membrana que envolve o pulmão; pode ainda ocorrer, em casos mais raros, pancreatite aguda, onde o órgão se inflama e se necessário realiza a remoção cirúrgica da parte afetada.
Esses são apenas alguns dos males que podem afetar nosso corpo, numa infecção ou reinfecção viral pelo Aedes Aegypt. Em pessoas com comorbidades, as sequelas podem ser piores ainda, chegando a serem incompatíveis à vida. Portanto, a melhor forma é a prevenção, pois não sabemos quão severos podem ser os danos ao nosso corpo. Que tal cada um fazer sua parte e juntos tentarmos diminuir os casos e controlar a doença?