
O Palacete 10 de Julho, sede da Secretaria de Cultura e Turismo de Pindamonhangaba e representação arquitetônica e histórica da cidade, teve seu tombamento definitivo aprovado na terça-feira (25/11), pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante a 111ª reunião do Conselho
Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado de instância máxima do Iphan responsável pela avaliação e reconhecimento de bens culturais brasileiros.
A edificação está oficialmente inscrita nos Livros de Tombo das Belas Artes e Histórico devido sua arquitetura única e por reconhecer e incluir a memória de trabalho e sofrimento dos negros escravizados naquela região durante o ciclo do café no Brasil, apogeu econômico da cidade. O tombamento também inclui os bens integrados constituídos pelo conjunto pictórico formado por sete quadros a óleo que integram a galeria de retratos no salão do pavimento superior do prédio.
Atualmente, o prédio também é sede do Centro de Memória Barão Homem de Mello (CMBHM), que guarda o arquivo histórico da cidade, além de seus salões serem palco de exposições, oficinas, palestras e eventos que movimentam a vida cultural de Pindamonhangaba. Essa relevância contemporânea é o capítulo mais recente de uma longa história que transformou um ícone de poder privado em um marco de identidade coletiva.
O autor do parecer do Processo de Tombamento, Antonio Gilberto Ramos Nogueira, conselheiro representante da Associação Nacional de História (ANPUH), valorizou “as iniciativas públicas empreendidas no âmbito municipal, sobretudo em torno da valorização do patrimônio histórico, do turismo sustentável e da educação patrimonial”.
O prefeito de Pindamonhangaba Ricardo Piorino ressaltou que “o Palacete 10 de Julho carrega grande parte da história da cidade, desde sua edificação em 1866, passando por todas as transformações econômicas e sociais de Pindamonhangaba, abrigando residências de barões do café e a própria sede da Prefeitura, até ser restaurado e se transformar em sede da Cultura e do Centro de Memória”.
Ricardo Piorino afirmou estar “muito feliz pelo reconhecimento do Iphan a toda riqueza e importância do Palacete 10 de Julho para a arquitetura e história de Pindamonhangaba do Brasil. O prédio já havia sido tombado pelo Condephaat, em 1969, e agora também será pelo Iphan. Isso para nós é motivo de muito orgulho porque o órgão reconhece todo nosso trabalho de preservação do prédio para manter viva a história da cidade e do Brasil. Temos muito respeito por nossa história e queremos preservar todo nosso patrimônio para as gerações futuras”.
A presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Pindamonhangaba, Ana Maria Guimarães, disse que se sente honrada com essa conquista. “Palacete 10 de Julho, ícone de nossa cidade, quantas histórias você guarda e quantas ainda estão por vir, compartilhando sua grandiosidade e hospitalidade? Este prédio é uma parte de mim. Caminhar por seu interior me faz lembrar meu tataravô, o arquiteto francês Elias Chevassu, que veio a convite de seu amigo, o arquiteto, também francês, Charles Peyrouton, em 1855, para colaborar neste projeto e trazer a bela arquitetura francesa para Pindamonhangaba. Com a ajuda de ‘Chiquinho do Gregório’ e das mãos habilidosas dos escravos, esses projetos se transformaram em verdadeiras obras de arte”, disse. “Como presidente do Conselho de Patrimônio, e em nome de nossa equipe de conselheiros, nos sentimos honrados em ver nossa luta para resgatar e preservar nossa história sendo reconhecida como: Patrimônio Histórico Nacional, tombado pelo Iphan!”, declarou.








